António Oliveira demonstrou incômodo com as perguntas sobre o seu futuro no Corinthians após o empate com o Cuiabá por 1 a 1, na noite desta quarta-feira, na Neo Química Arena, pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Há oito jogos sem vencer, o Timão segue na zona de rebaixamento e com apenas uma vitória em toda a competição. A pressão é ainda maior às vésperas do clássico contra o Palmeiras.

– É a primeira e a última que vou responder, porque querem me convidar para ir a esse circo, mas não vou entrar nele. Já disse isso anteriormente, essas situações têm que perguntar ao Fabinho, tem que perguntar ao presidente. Só faço aquilo que controlo, isso aí já não controlo.

– Estou muito seguro daquilo que faço, sei como cheguei aqui, agora realmente tem sido um trabalho árduo, que tem sido apaixonante, mas não pensava que tinha que fazer tanta coisa que fosse para além daquilo que fosse a minha competência técnica – disse António.

O treinador não escondeu a insatisfação com a expectativa criada em torno da chegada de reforços ao Corinthians na janela de transferências que tem início em 10 de julho. António deixou claro que talvez o que foi prometido acabe não sendo entregue ao torcedor, aumentando ainda mais a pressão sobre o atual elenco.

– Nós temos que conseguir moldar as expectativas de um clube desta dimensão, com uma torcida desta para aquilo que o clube hoje pode nos oferecer. Porque as pessoas eventualmente estejam à espera da janela, o clube nesta altura não nos vai proporcionar aquilo que eventualmente se prometeu.

– É ajustar as suas expectativas àquilo que eventualmente vai chegar. Portanto, não vai chegar aqui o Neymar, não vai chegar aqui o Marquinhos, não vai chegar aqui o Paquetá. Nós não vamos ter aquilo que eventualmente me prometeram e a janela já vai ser uma situação completamente diferente. Vamos ver aquilo que o mercado e as oportunidades que nos dão para podermos tornar uma equipa mais competitiva e mais forte – disse o treinador.

Com nove pontos em 12 rodadas, o Corinthians segue dentro da zona de rebaixamento e com apenas uma vitória no Brasileirão. São oito jogos seguidos sem vencer e o desafio de enfrentar o Palmeiras, na segunda-feira, às 20h (de Brasília), no Allianz Parque, em busca da reabilitação.

Veja outros trechos da coletiva de António Oliveira:

Todo jogo é uma final?

Há muito tempo que são finais, portanto, são 38 finais, portanto, esta foi a 12ª, portanto, na segunda temos mais uma final, mas temos que respeitar o caminho porque as finais não tardam muito a chegar ao fim. É nessa perspectiva temos que assumir as nossas responsabilidades e perceber que temos que dar muito mais para podermos atingir aquilo que são os nossos objetivos.

Receita para a recuperação

Reencontrar com as vitórias é deixar de cometer erros. Essa é a questão que temos pagado muito caro, porque reparem, em 12 jogos nós pontuámos em sete. Estou aqui e isso para mim vale rigorosamente de nada, é apenas história, quase 30 jogos, perdemos sete quando cheguei e já tendemos perdido cinco, estamos a falar de um campeonato muito mais competitivo, mas como já disse, são 12 jogos, uma vitória não é satisfatória, temos que dar muito mais e por isso aquilo que me ensinaram é continuar a trabalhar, ser persistente, resiliente para podermos e conseguirmos chegarmos aos objetivos.

Zona de rebaixamento

O objetivo do Corinthians é, nesta altura, ganhar o próximo jogo, preparar-se da melhor forma para ganhar o próximo jogo. Portanto, já disse que não é satisfatório o campeonato que temos feito porque apenas em 12 jogos temos apenas uma vitória. É muito pouco para uma equipe dessa dimensão, independentemente do elenco, não estar adequado às expectativas do clube. Por isso, o treinador também tem essa responsabilidade. Aliás, nós temos todos que assumir a nossa responsabilidade e inverter rapidamente a situação.

Dérbi

Todos os clássicos são importantes e têm uma carga emocional histórica que nós respeitamos muito. Sabemos o momento das duas equipes, a estabilidade que um clube tem e o outro que ainda procura e com certeza ainda vai demorar muito para que essa estabilidade venha. É importante a nós percebermos e quando entendermos daquilo que eu vejo, é importante cada vez mais as pessoas servirem mais o Corinthians do que servirem dele. Quando as pessoas entenderem isso, o Corinthians talvez vá entrar no caminho certo. (GE)