O vaso de Colchester é considerado um artefato importante por trazer provas de que combates de gladiadores aconteceram na cidade de Colchester, na Britânia, província romana que ocupou a ilha da Grã-Bretanha entre 43 d.C. e 410 d.C. A descoberta foi detalhada em pesquisa publicada na edição de fevereiro na Cambridge University Press.
O novo estudo combinou análises de arqueologia, epigrafia e isotopia para descobrir o que o vaso tem a revelar além de sua parte decorativa. Os autores da pesquisa sugerem que o artefato tenha sido encomendado para documentar um combate que aconteceu na cidade, trazendo à tona detalhes das dinâmicas culturais e sociais desses jogos.
Representando ainda as conexões entre a cultura local, a influência militar e os gladiadores que prendiam a atenção do público na época
Gladiadores
Estima-se que o objeto de cerâmica seja do período entre 160 d.C. e 200 d.C. e tenha sido produzido oeste da cidade. Possivelmente feito como encomenda para registrar um combate, o vaso contém inscrições e pequenas decorações que ressaltam os nomes dos indivíduos da arena.
Entre os participantes registrados, está Mêmnon, um tipo de gladiador conhecido por lutar com outro tipo, chamado Reciário, que carregavam redes e tridentes. Segundo as inscrições, Mêmnon fez parte de, pelo menos, nove combates. Isso significa que ele teve uma carreira notável no mundo de entretenimento competitivo romano, onde o sucesso era medido pelo número de combates realizados e vitórias alcançadas.
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Outro nome importante a aparecer é o de Valentinus, associado com unidade militar Legio XXX Ulpia Victrix, Xanten, na Alemanha. Essa conexão gera algumas perguntas curiosas sobre a relação entre os gladiadores e o exército romano, tópico que já levantou debates entre historiadores.
“Alguns acadêmicos sugerem que certas tropas podem ter mantido seus próprios grupos de gladiadores por motivos de entretenimento”, explica o site Arkeonews. “A ausência de registros dos combater de Valentinus nas inscrições pode indicar que ele estava começando sua jornada na arena.”
Vaso de Colchester
O vaso de Colchester acabou sendo usado como uma urna de cremação, contendo restos de um homem de 40 anos que não era do local. As chances de ele ter sido um dos lutadores é baixa, mas acredita-se que a relação com o evento acrescenta uma camada de significado para o artefato.
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A nova descoberta entra para a pilha de evidências que ressaltam a existência de espetáculos romanos na cidade. Entre os achados, estão fragmentos de pinturas de parede que mostram gladiadores, moldes e uma faca pertencente a um Mirmilão, outra classe de gladiador.
(Por Redação Galileu)