Escavações na cidade antiga de Antioquia da Psídia, localizada no atual distrito de Yalvaç, na Turquia, revelaram um misterioso amuleto de pedra que se acredita ter sido feito para uma criança com quadro clínico de câncer. Os arqueólogos responsáveis pelo achado estimam que o colar date da era helenística, por volta de 323 a 30 a.C.

De acordo com o jornal Jerusalem Post, em um dos lados, o item apresenta o desenho esculpido de um caranguejo, e, do outro, uma inscrição que apontam que ele foi um presente de um pai à sua filha. A sua interpretação como um objeto “anticâncer” foi sugerida justamente pela presença da figura do crustáceo.

No passado, os caranguejos eram muito associados ao câncer. Alguns estudiosos indicam que isso pode ser resultado da sensação de “dureza” ao toque dos tecidos tumorais, que podem lembrar o exoesqueleto dessa espécie, ou mesmo um reflexo da recorrente queixa de dor de “beliscadas” dos pacientes que convivem com a doença.

Seja qual for a origem desta associação, o que importa é que o próprio nome “câncer” vem do grego “karkinos”, que também pode ser traduzido para o português como “caranguejo”. Assim, na visão dos cientistas, a ligação do item com a doença tornou-se bastante evidente.

Como destaca o History Blog, este é um dos talismãs de entalhe mais bem preservados já encontrados na região. Isso provavelmente significa que ele foi usado por várias pessoas ao longo de gerações que o mantiveram por sua crença em suas propriedades curativas, bem como pelo seu valor como uma pedra preciosa.

Para além do amuleto, as escavações ainda exploraram outros escombros da Colina de Édilo, como uma igreja construída originalmente no século 6, que, posteriormente, foi convertida em um mosteiro no século 10. Por ali, identificou-se a presença de áreas de armazenamento com grandes pithoi (ânforas maciças) embutidas no solo, estruturas de diferentes propósitos e uma fonte monumental.

(Por Arthur Almeida)