Com a chegada do primeiro trimestre do ano, metas e resoluções começam a ser colocadas em prática – seja na vida pessoal ou no ambiente corporativo. No Brasil, uma das resoluções que as pessoas não podem esquecer de adicionar à sua lista de propósitos é ter mais produtividade – o que, por sua vez, requer encontrar novas maneiras de priorizar a alta performance e, consequentemente, contribuir para a melhora da qualidade de vida.
De acordo com a consultora associada do Grupo Valure, a especialista em educação executiva e profissional coach Claudia Lisboa, a produtividade média do brasileiro ainda precisa melhorar. “O tempo é igual para todo mundo, mas perdemos nessa questão para outros países por falta de método para gerir o tempo e as ações dentro do ambiente de trabalho – como dividir tarefas, delegar e produzir da melhor maneira possível dentro do tempo que temos. Faça um diagnóstico na sua empresa e envolva o time nesse processo”.
Claudia ressalta que o problema é que o gestor, por vezes, não cria (ou não tem) métodos para fazer isso. “Às vezes, a gestão nem sabe estabelecer metas ou possui metas e elas não são muito claras para o time. Outro fator muito importante para se garantir a alta performance e a alta produtividade é estar bem com a saúde. Uma pessoa doente e/ou cansada não vai produzir bem. Mesmo que ela tenha foco, o desgaste será alto. É preciso cuidar primeiro da saúde”.
A especialista ressalta que outro viés a ser considerado diz respeito ao comportamento. “Se faço tarefas de uma forma onde alguém não presta atenção no que estou fazendo (ou se não é a melhor forma de ter feito), vou continuar gastando uma hora e meia enquanto um asiático faz o mesmo em 30 minutos. Provavelmente, isso ocorre porque essa pessoa criou um método mais eficiente. Logo, tenho que mudar meu comportamento diante daquela atividade”.
BOAS PRÁTICAS – Conforme destaca Cláudia, o brasileiro tem como ponto forte o relacionamento interpessoal, mas talvez isso esteja um pouco excessivo dentro das empresas e prejudicial para a produtividade. “Ao invés de focar em sua tarefa (começo, meio e fim), ele perde tempo desfocando da atividade inicial. Faz muitas paradas. Se isso ocorre muito, toda vez ao retornar irá demorar para pegar o ritmo de novo – aumentando o tempo de fazer algo (um relatório, atividade operacional ou atividade estratégica)”.
A gestão de conflitos nas equipes também requer atenção. “Isso consome tempo dos gestores e baixa muito a produtividade. Portanto, avalie como está o clima na sua equipe. Observe se trabalham em harmonia. Conflito é bom, mas conflitos disfuncionais (briguinhas, fofocas e ‘disse me disse’) não agregam. Pelo contrário, o gerenciamento constante de conflitos nas equipes é um indicador de baixa produtividade”, esclarece a especialista.
Outra questão sinalizada por Cláudia é a disciplina. “O brasileiro não costuma ter isso em seu mindset (mentalidade). Muito dessa baixa produtividade tem a ver com a falta de métodos e a questão comportamental, que envolve a disciplina tanto do líder quanto do liderado. A propósito, é preciso avaliar como os gestores estão lidando com as equipes. Saber se eles têm monitorado da forma correta, estabelecido metas e divulgado elas de forma correta – com clareza. Isto, além de fazer reuniões com o time e alinhar um mapa de prioridades, entre outras coisas”.
Segundo a especialista, as organizações também precisam ficar atentas ao ferramental. “Vejo muitas empresas ainda obsoletas em algumas questões. Querem que as pessoas produzam, mas não disponibilizam as ferramentas adequadas. Às vezes, elas têm uma equipe boa – com conhecimento, habilidade e atitude –, mas há ausência de recursos. Isso impacta na produtividade. Faça benchmarking. Busque boas práticas. Vá beber na fonte. Converse com pessoas que tenham empresas similares até de outros estados e países”, aconselha.