Jesus  Cristo, com a encarnação, deixou sua prerrogativa divina e tornou-se homem em uma cultura concreta para se identificar com toda a humanidade.

A inculturação é, a encarnação de Jesus Cristo, evangelho do Pai, nas diferentes culturas do mundo. Ora, a solenidade da Epifania do Senhor,  neste Domingo, enfatiza esta grande  manifestação de  Jesus aos povos da terra e suas culturas,  representados pelos Magos.

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O Senhor Jesus, com seu nascimento, derruba os muros da separação entre os povos da terra. Isaias anunciou a universalidade da salvação quando disse: “Levanta os olhos ao redor e vê: todos se reuniram e vieram a ti; teus filhos vêm chegando de longe com tuas filhas, carregadas nos braços (Is. 60,4);

E o salmo 97 que diz: “Todos os povos proclamarão a salvação que vem de Deus”. Jesus Cristo é o ponto de comunhão de todos os povos da terra e medida de todas as culturas. Porquanto, os povos e suas diferentes culturas, são dados como herança Àquele que é o Rei dos Reis. É imprescindível, hoje, a valorização das culturas no processo evangelizador e o reconhecimento de que a semente divina está escondida em todos os povos e culturas humanas.

Esta é a grande lição da visita dos Magos a Jesus. “A Igreja trabalha de maneira tal que tudo o que de bom se encontra no coração e na mente dos homens ou nos próprios ritos e culturas dos povos, não só não desapareça, mas seja sanado, elevado e aperfeiçoado para a glória de Deus” (Lumen gentium, n.17). Deus quer, portanto, que todos os povos e suas culturas sejam restauradas em seu Filho. (cfr.1Tim 2,4).

Afirmou o Concílio Vaticano II: “Aqueles, portanto, que sem culpa ignoram o evangelho de Cristo e Sua Igreja, mas buscam a Deus com o coração sincero e tentam, sob o influxo da graça, cumprir por obras a Sua vontade conhecida através do ditame da consciência, podem conseguir a salvação eterna” (Lumen Gentium, n. 16).

Os  Magos que chegam do oriente, foram guiados por uma estrela-guia até  o menino Deus. Os Magos,  distantes e afastados, são, também, atraídos ao berço adorado de Jesus.

Oferecem seus tesouros, seus valores mais preciosos, como presentes a Jesus: Ouro, incenso e mirra. Numa interpretação simbólica: o ouro, é o reconhecimento da realeza divina de Jesus. Ele é o Rei dos Reis.  Incenso, é o reconhecimento da origem divina de Jesus. Mirra, substância amarga que anuncia o sofrimento e amargura que o menino Jesus  haveria de passar. Os Magos captaram numa estrela, aquilo que as autoridades de Jerusalém, muito próximo de Belém, não captaram. Eles chegaram em Jerusalém indagando: “Onde está o Rei dos Judeus que acaba de nascer?”

Herodes e sua corte, ficaram alarmados com o questionamento dos Magos. Que todos nós saibamos captar os sinais da presença de Deus nos fatos, acontecimentos e situações da vida. Deus nos manda o seu recado de muitos modos e maneiras! Cada pessoa tem diante de si a estrela–guia.  Que o Rei das nações, possa, hoje, despertar nas mentes adormecidas, o espirito de adoração a Deus, como outrora despertara nos três Reis Magos.

Porquanto, a busca dos Magos é, também, a busca e o anseio profundo de todo ser humano. E que todos os filhos e filhas de Deus, sejam sinais de sua presença  no mundo de hoje!

Um feliz, próspero e abençoado ano de 2020 para todos!

*PADRE DEUSDÉDIT MONGE DE ALMEIDA é sacerdote diocesano e pároco da Paróquia Coração Imaculado de Maria, no CPA-IV (Morada da Serra); região Norte de Cuiabá-MT.

CONTATO:      www.facebook.com/CoracaoImaculado/

Padre Deusdéti Monge de Almeida: “Jesus Cristo é o ponto de comunhão de todos os povos da terra e medida de todas as culturas”