Uma espera de quase três anos vai acabar. O Ministério da Educação (MEC) reformulou o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida) e vai possibilitar que cerca de 15 mil formados em Medicina no exterior revalidem seus diplomas. A partir de 2020, serão aplicadas duas provas ao ano em formato digital.
Entre as novidades da reformulação, anunciadas em entrevista coletiva, está o custo zero para os cofres públicos, ou seja, para o pagador de imposto. Quem irá arcar com as despesas será o próprio formado.
A taxa de inscrição da primeira prova anual será equivalente a 10% do valor mensal da bolsa do médico-residente (R$ 330) e da segunda terá o valor total da bolsa (R$ 3.300).
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, frisou que a iniciativa desta gestão do MEC contribui para avanços na área da saúde no país. “A nossa preocupação é com a qualidade educacional. Aumentar a quantidade de bons médicos será bom para a sociedade como um todo. O Revalida vai permitir que a gente desate um dos nós da saúde no Brasil”, disse.
Durante a entrevista, ele ainda agradeceu ao Congresso Nacional que aprovou as mudanças na última quarta-feira (27).
Outras inovações são:
- Possibilidade de parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal do Ceará (UFC) e National Board of Medical Examiners, que têm condições de realizar as provas;
- Inclusão de universidades privadas com alto desempenho para a revalidação de diplomas;
- Adoção de critério de desempenho acadêmico: apenas universidades privadas com notas 4 e 5, as maiores no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), também poderão realizar o exame;
- Embora o exame continue a ser aplicado em duas etapas por ano, sendo o primeiro teórico, o segundo, que testa as habilidades clínicas, só poderá ser feito após a aprovação do anterior;
- com a realização do teste duas vezes por ano, o edital precisará ser publicado até 60 dias antes do primeiro exame.
Durante a coletiva, o secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Lima, destacou que as medidas unem dois pontos importantes: o número de médicos no país e mão-de-obra qualificada. “A demanda é do Ministério da Saúde, que coordena o Sistema Único de Saúde. Todos querem médicos bem formados para atender à população. A prática tem que olhar a oferta e a demanda. Queremos pensar em qualidade e não apenas quantidade”, explicou.
Quem for aprovado na primeira prova, mas reprovado na segunda, permanece habilitado a participar do Revalida, sem a necessidade de fazer a parte teórica nas duas edições seguintes. Quanto às instituições de ensino, é preciso firmar ato de adesão voluntária, seja ela pública ou privada, para participar do Revalida.