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Mato Grosso confirmou o segundo óbito por intoxicação por metanol no estado. Márcia Rocha Guimarães, de 42 anos, morreu na última sexta-feira (21) após ficar 18 dias internada no Hospital Regional de Sorriso, a 420 km de Cuiabá. A vítima, que residia em uma fazenda no distrito de Itanhangá, foi velada no sábado (22) em Sinop.

Ela foi a segunda vítima fatal de um surto de intoxicação por metanol que atinge o estado. A primeira morte havia sido registrada em Várzea Grande, no dia 7 de novembro, uma mulher de 30 anos que também consumiu bebida contaminada.

Márcia foi socorrida pela ambulância municipal no dia 3 de novembro e transferida em estado grave para o hospital em Sorriso. De acordo com as investigações, a contaminação teria ocorrido após o consumo de whisky misturado com energético. O genro da vítima, de 26 anos, também foi intoxicado no mesmo episódio e acompanhava o tratamento.

O secretário de Saúde de Itanhangá, Bruno Félix, relatou que a paciente chegou a apresentar sintomas como fadiga extrema, fortes dores de cabeça e dificuldades progressivas na visão antes da internação.

Alerta Sanitário e Novos Casos

Segundo dados do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), Mato Grosso já registrou 13 notificações de intoxicação por metanol, com quatro casos confirmados e uma taxa de letalidade de 25% entre os confirmados.

A maioria dos casos notificados (69,2%) é do sexo masculino, com idade média de 30,2 anos. Todos os pacientes intoxicados pela substância tóxica necessitaram de hospitalização e terapia intensiva, sendo que um homem de 27 anos, residente em Água Boa, permanece internado aguardando resultados de exames.

Riscos do Metanol para a Saúde

O metanol, substância utilizada como solvente industrial, é transformada pelo organismo humano em ácido fórmico, composto altamente tóxico que pode causar acidose metabólica severa, danos neurológicos, cegueira irreversível e levar à morte. Os sintomas da intoxicação – que incluem dor abdominal, visão turva, confusão mental e náuseas – costumam aparecer entre 12 e 24 horas após o consumo.

Diante do elevado potencial de letalidade, a SES-MT emitiu alerta para todos os serviços de saúde do estado, orientando profissionais sobre o protocolo de atendimento a possíveis casos de intoxicação pela substância. As autoridades sanitárias investigam a origem das bebidas adulteradas que causaram as intoxicações.

(HNT)