O Corinthians apresentou à Justiça um novo plano de pagamentos de parte de sua dívida. Desde o ano passado o clube tenta aderir ao Regime Centralizado de Execuções (RCE), mecanismo que ajuda evitar bloqueios de contas e oferece maior previsibilidade financeira ao clube.
Inicialmente, o Corinthians pretendia parcelar o pagamento de R$ 367 milhões em dívidas ao longo dos próximos dez anos. Porém, o valor validado pelo administrador judicial do plano foi de R$ 190 milhões.
Este montante engloba dívidas com empresários, fornecedores, jogadores (com direitos de imagem a receber), entre outros. Neste pacote não entram dívidas tributárias, nem o financiamento da Neo Química Arena com a Caixa Econômica Federal.
Em sua primeira proposta, o Corinthians oferecia destinar 4% de suas receitas recorrentes ao pagamento dos credores listados no RCE, o que não foi aceito. Credores desejavam que esse percentual fosse de 20%, possibilidade rechaçada pelo Timão.
Agora, o clube sugere um aumento progressivo ao longo dos anos, da seguinte forma:
- 4% no primeiro ano, 5% no segundo ano, e 6% a partir do terceiro ano das entradas de caixa referentes às receitas recorrentes (como direitos de TV, contratos de patrocínio, etc).
- 5% no primeiro ano de pagamentos, 6,5% no segundo ano, e 8% das entradas de caixa referentes a receitas de venda de jogadores.
O Corinthians propõe que haja benefício para os chamados “credores parceiros”, aqueles que mantiverem a prestação de serviços e/ou fornecimento ao clube após o pedido do Regime Centralizado de Execuções – eles receberiam 35% da receita recorrente destinada ao RCE.
Também há uma classe de “credores preferenciais”, composta por idosos, pessoas com doenças graves, gestantes, entre outros, que ficaria com 25%. No exemplo abaixo, apresentado pelo clube, considera-se um cenário hipotético de pagamento de R$ 3 milhões por mês:
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2025/L/4/6sqbf5ReGacIjnAZ4kig/sem-titulo.png)
Exemplo da divisão de pagamento do plano do Corinthians — Foto: Reprodução
As dívidas dos credores ordinários, preferenciais e parceiros serão corrigidas pela SELIC, a taxa básica de juros da economia brasileira; Já as dívidas dos credores aderentes serão corrigidas pelo IPCA, principal índice de inflação do Brasil.
A proposta corintiana ainda precisa ser aprovada pela Justiça para entrar em vigor.
Com o RCE, o Corinthians pretende se livrar dos inúmeros bloqueios de valores em contas bancárias que vem sofrendo nos últimos anos. A direção alvinegra avalia que o plano dará maior previsibilidade nas despesas e é passo fundamental para a reestruturação financeira do clube.
Em paralelo, o Timão também firmou acordo na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da CBF para pagar cerca de R$ 76 milhões em dívidas com clubes, empresários e atletas. Porém, a primeira parcela venceu na semana passada e ainda não foi paga.
(GE)