“Vou abrir após o Coronel Assis abrir”. A frase da deputada Gisela Simona (União) escancara o impasse no União Brasil em Brasília: o rodízio de mandatos na Câmara Federal, cobrado publicamente por lideranças como o governador Mauro Mendes, o senador Jayme Campos e o secretário da Casa Civil Fábio Garcia, travou na hesitação do deputado Coronel Assis – que, apesar das cobranças, ainda não anunciou sua saída. O rodízio foi um compromisso firmado ainda na formação da chapa, antes das eleições de 2022.

A proposta era garantir que os suplentes também tivessem a oportunidade de assumir, ainda que por períodos curtos. Na prática, o acordo previa que cada titular eleito se licenciasse duas vezes durante o mandato, para que até o quarto suplente tivesse a chance de ocupar a cadeira.

Foi o que ocorreu com Fábio Garcia, que se licenciou para assumir a Casa Civil. Em seu lugar entrou Gisela Simona, primeira suplente.

Desde então, ela permanece no cargo e ainda não se afastou para dar lugar aos próximos da lista. E Coronel Assis, que ainda não se licenciou desde o início do mandato. ‘Eu já cumpri minha parte, saí para assumir a Casa Civil. A Gisela, que está no meu lugar, precisa sair mais uma vez, e o Assis sair outra vez. Se isso acontecer, o compromisso firmado será cumprido’, disse Fábio Garcia.

Gisela pontua que o rodízio é sempre importante para todos os grupos eleitorais. Afinal, mesmo quem não ganha a eleição precisa ter a expectativa e também a possibilidade de assumir o mandato, ainda que por período curto. ‘Na chapa federal do União, Fábio Garcia saiu e eu entrei. E agora é a vez do Coronel Assis. Tão logo ele faça, eu também vou me organizar. Vou abrir após o Assis.’

Ela justifica que, na Câmara, o afastamento precisa ser de no mínimo 4 meses, o que dificulta para quem não tem outra fonte de renda além do salário parlamentar. ‘Mesmo assim, em nome do grupo, eu entendo necessário’, completou.

O governador Mauro Mendes cobrou abertamente que o deputado cumpra o acordo. ‘Nós estamos cobrando, sim, que o Coronel Assis cumpra. Ninguém se elegeu sozinho, com os próprios votos. É importante que haja esse espírito de colaboração, principalmente com os suplentes, que ajudaram na eleição da chapa”.

(Folha Max)