O deputado estadual Beto Dois a Um apresentou projeto de lei que propõe declarar o Grupo Flor Ribeirinha como Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial de Mato Grosso. Trata-se de um importante reconhecimento da cultura mato-grossense. O PL foi apresentado em sessão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso no 21 de maio.
Fundado em 1993, na comunidade tradicional de São Gonçalo Beira Rio, em Cuiabá, o Flor Ribeirinha se consolidou como uma das maiores expressões da cultura popular regional, levando o siriri e o cururu — ritmos tradicionais do estado — aos palcos do Brasil e do mundo.
De acordo com o deputado, o objetivo do projeto é garantir o reconhecimento e a valorização de um trabalho que vai muito além da arte. “O Flor Ribeirinha é símbolo de resistência, ancestralidade e transformação social. Com essa proposta, queremos dar o respaldo legal necessário para que políticas públicas possam fortalecer e preservar essa manifestação cultural para as próximas gerações”, explicou Beto Dois a Um.
No coração do grupo está Dona Domingas Leonor da Silva, mestra da cultura popular e fundadora do Flor Ribeirinha. Para ela, o projeto representa uma vitória coletiva. “Esse reconhecimento é de toda a nossa comunidade. Há mais de 30 anos a gente luta para manter viva a nossa cultura, com muito esforço, muito amor e dedicação. Ver isso chegar à Assembleia é motivo de orgulho e esperança”, afirmou emocionada.
Dona Domingas transformou sua própria casa em um centro de cultura, onde crianças e jovens aprendem dança, música e, principalmente, o valor de suas raízes.
Um dos nomes que simbolizam a renovação do grupo é o do coreógrafo e dançarino Avinner Augusto, que cresceu dentro do Flor Ribeirinha e hoje contribui para a modernização das apresentações sem perder a essência tradicional. Sob sua direção artística, o grupo tem alcançado reconhecimento internacional, com prêmios conquistados em países como Itália, França e Bolívia.
“Esse projeto vem em boa hora. O Flor Ribeirinha é muito mais do que um grupo de dança, é um projeto de vida, de cidadania. Ver o Estado reconhecendo isso é dar força para que a cultura siga viva e pulsante”, disse Avinner.
Agora, o projeto de lei segue para análise nas comissões permanentes da Assembleia Legislativa antes de ir a plenário. Se aprovado, será encaminhado para sanção do governador e publicação oficial