Graves irregularidades foram identificadas no Centro de Abastecimento e Distribuição de Insumos e Medicamentos (CADIM) de Várzea Grande, incluindo vacinas vencidas e armazenadas de forma inadequada — como doses antirrábicas misturadas às vacinas contra a COVID-19 e sem qualquer controle —, medicamentos vencidos e equipamentos hospitalares acondicionados de maneira irregular. As irregularidades foram detectadas pelos vereadores Gisa Barros, Kleber Feitoza e Sargento Galibert (todos do PSB), após denúncias de moradores sobre a falta de medicamentos nas unidades de saúde do município.

Dentre os problemas verificados, estão:

• Cerca de 2 mil vacinas vencidas, armazenadas sem segregação adequada, incluindo doses de vacinas antirrábicas misturadas com vacinas contra a COVID-19, comprometendo a segurança sanitária.

• Vacinas mal acondicionadas, como as contra sarampo, caxumba, varicela, rubéola, hepatite, difteria, tétano e febre amarela.

• Medicamentos vencidos, como a Albumina Bovina, armazenados no mesmo freezer que insumos ainda utilizáveis.

• 32 caixas de água para injetáveis fora do prazo de validade.

• Equipamentos médicos — como incubadoras neonatais, cadeiras de rodas, cadeiras de banho, andadores, muletas e aparelhos de ultrassom — mantidos em condições inadequadas.

• Vacina H1N1 encontrava-se vencida desde janeiro e também aguardava descarte.

Os vereadores confirmaram, em entrevista ao portal VGN, nesta segunda-feira (05.05), que registraram Boletim de Ocorrência sobre os fatos. Segundo o relato dos parlamentares, durante a visita, foram recebidos com hostilidade por servidores, os quais teriam reagido com a frase: “Não sabemos o que vocês estão fazendo aqui, as vacinas são descartáveis.”

No CADIM, além do armazenamento irregular da Albumina Bovina, os parlamentares também foram contestados pela superintendente da unidade, identificada como Fernanda, e por uma servidora da Vigilância Sanitária, Eliane. Gisa afirmou que nenhum vereador foi desrespeitoso e que todos apenas exerciam seu dever constitucional de fiscalização. Fernanda teria acusado o vereador Feitoza de ser grosseiro, mas, segundo Gisa, ele sequer se dirigiu a ela.

Dada a gravidade das irregularidades, os parlamentares anunciaram que, além do Boletim de Ocorrência, levarão o caso ao Ministério Público Federal (MPF), buscando a responsabilização da atual gestão municipal. Gisa também informou que tentou contato com a secretária municipal de Saúde, Deisi Bocalon, mas não foi atendida.

Outro lado

A reportagem do VGNentrou em contato com a assessoria da Secretaria de Saúde, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno. O espaço permanece aberto para manifestação.

(VGN)