O padrasto da jovem Heloysa Maria, de 16 anos, acusado de arquitetar o plano que culminou na morte da adolescente em Cuiabá, foi desligado das atividades que exercia na Catedral Basílica Senhor Bom Jesus de Cuiabá. A decisão foi comunicada por meio de nota oficial assinada pelo padre Deusdedit Monge, no dia 23 de abril, um dia após o crime.

Benedito Anunciação Santana, que atuava como acólito na igreja, foi desligado de todas as funções em decorrência de seu envolvimento no feminicídio, atualmente sob investigação. Na nota, a Catedral afirmou que a medida visa “preservar a integridade da comunidade e a seriedade dos serviços litúrgicos prestados”, reforçando que a decisão não implica em julgamento antecipado.

Além do desligamento religioso, Benedito também foi exonerado do cargo comissionado que ocupava na Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso (Seciteci-MT). Ele estava lotado na Gerência de Transportes e recebia um salário bruto superior a R$ 4,9 mil mensais. A exoneração foi publicada no mesmo dia do crime.

Relembre o caso

O crime ocorreu na terça-feira (22). Gustavo Benedito Junior Lara Santana, de 18 anos, filho de Benedito Anunciação Santana, afirmou em depoimento que foi chamado pelo pai para participar do assassinato, pois “não tinha como voltar atrás”.

Por volta das 15h, Benedito levou Gustavo e outros comparsas até a residência das vítimas, utilizando uma Fiat Toro. O grupo permaneceu à espera de Heloysa Maria e de sua mãe.

A jovem foi surpreendida pelos criminosos e brutalmente agredida. Conforme a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), Heloysa foi morta por asfixia mecânica, estrangulada com um cabo USB no pescoço, antes mesmo da chegada de sua mãe ao local.

Segundo Gustavo, a ordem para executar a adolescente partiu de Benedito, que depois deixou a residência alegando compromissos de trabalho. Mais tarde, Suellen Alencastro chegou à casa acompanhada de uma mulher e uma criança — que foram poupadas. Suellen foi espancada com extrema violência, sofrendo múltiplas lesões, especialmente na região do rosto.

Após a agressão, os criminosos roubaram um veículo HB20 e vários eletrônicos. Tentaram ainda forçar transferências via PIX, mas não conseguiram completar o crime por perderem a senha obtida sob ameaça.

O corpo de Heloysa foi levado até o bairro Ribeirão do Lipa e jogado dentro de um poço. A Polícia Civil conseguiu localizar e prender os envolvidos. Na quinta (24), eles passaram por audiência de custódia e a Justiça converteu a prisão flagrante em preventiva de pai e filho. Eles foram levados para o Raio 8 da Penitenciária Central do Estado (PCE), onde estão detidos em celas separadas.

fonte: Olhar Direto