A vitória contundente do Arsenal sobre o Real Madrid por 3 a 0 pela ida das quartas de final da Champions, nesta terça-feira, tem consequências na busca por um novo treinador para a seleção brasileira.

A crise que se instala na última semana pelos lados do Santiago Bernabéu e se agrava com o resultado desta terça ecoa nos ouvidos do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que vê o sonho de ter Carlo Ancelotti no comando da Seleção ganhar contornos viáveis já para a Data Fifa de junho. O Brasil monitora à distância a situação e espera a final da Copa do Rei, dia 26 de abril, diante do Barcelona, para intensificar os contatos.

Antes mesmo da derrota para o Arsenal, em Londres, a postura na CBF era de atenção diante do princípio de crise que se instalava no Real diante dos maus resultados. A classificação sofrida na semi da Copa do Rei, diante da Real Sociedad, na prorrogação, e a derrota para o Valencia, por La Liga, deram sinais de que Ancelotti está na berlinda, e a mensagem chegou ao Brasil.

O impacto da derrota desta terça em Londres aumenta a confiança para a CBF se aproximar do italiano, mas Ednaldo e a direção da entidade sabem que é preciso esperar um pouco mais. Nada avançará antes da partida de volta contra o Arsenal, na próxima semana, em Madri, nem antes da decisão da Copa do Rei.

Deixar o mês de abril com modo espera já era uma estratégia da CBF, mas visando ao candidato mais viável: Jorge Jesus, que tem a Champions da Ásia para disputar até 3 de maio. O cenário ruim da temporada merengue em situação difícil na Champions, a quatro pontos do Barcelona em La Liga e com a final da copa diante do maior rival, no entanto, abre caminhos para aquele que é o grande sonho de Ednaldo.

Jorge Jesus está em modo stand-by por causa do seu compromisso com o Al Hilal. Abel Ferreira recebeu consultas iniciais ao seu staff, sem que se abra uma negociação. E o mau momento do Real voltou a alimentar a preferência por Ancelotti.

De Madri, chegou a informação de que o nome de Xabi Alonso, atualmente no Bayer Leverkusen, ganha força para a próxima temporada, com chance inclusive de acerto antecipado para o Mundial de Clubes. Ancelotti, por sua vez, teria que comandar o Real até a última semana de maio, quando se encerra o Espanhol.

Pessoas próximas ao italiano reforçam o desejo de avançar nas conversas com a CBF, mas sempre “ao tempo de Florentino”. E está justamente aí o ponto-chave a partir dos últimos resultados.

O sonho com cara de utopia para antes do Mundial ganha contornos de um desejo viável. Resta Arsenal e Barcelona fazerem os serviços e abrirem caminhos até o dia 26. (GE)