A consolidação de uma federação entre o União Brasil e o Partido Progressista (PP) deve reunir o governador Mauro Mendes (União) e o ex-ministro Blairo Maggi (PP) na mesma estrutura partidária após 15 anos desde a ruptura eleitoral em 2010. Na ocasião, Mauro “desobedeceu” o padrinho e trocou de partido para tentar ser governador e acabou perdendo a disputa.
Mauro disputou sua primeira eleição em 2008, a prefeito de Cuiabá, pelo PR (atual Partido Liberal) sob a benção do então governador Blairo, um dos líderes da sigla. Egresso da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Mauro era considerado um apadrinhado político de Blairo Maggi.
Após perder a eleição em 2008, Mauro começou a ser insuflado a concorrer ao governo do Estado em 2010. O problema é que Blairo tinha o compromisso de apoiar o seu vicegovernador, Silval Barbosa, ao governo. Blairo manteve o acordo com o vice e Mauro Mendes acabou se aproximando da oposição liderada por Percival Muniz (então PPS) e se filiou ao PSB de Valtenir Pereira em 2009 para ser candidato pela oposição, mas perdeu a disputa do ano seguinte.
Apesar do revés, Mauro Mendes conseguiu capital político para se eleger prefeito de Cuiabá em 2012 e, mais tarde, governador em 2018. Nunca mais esteve no mesmo partido político que Blairo Maggi. Mauro saiu do PSB e migrou ao Democratas, que se transformou em União Brasil, enquanto Blairo deixou o PR para se filiar ao PP, partido do qual nunca deixou a executiva estadual, mas também nunca agiu como um cacique.
No PP, além de Blairo, também estão Terezinha Maggi, Eraí Scheffer, Cidinho Santos e Wener Santos, todos membros do núcleo político que governou Mato Grosso durante a gestão Maggi, mas também representando diferentes grupos políticos. Desses, o núcleo dos irmãos Santos já está totalmente integrado à gestão Mauro no governo do Estado: Cidinho é presidente do Conselho da Nova Rota Oeste e Wener preside a MT Par.
Resta saber se a junção dos grupos acontecerá de forma natural ou haverá atropelamentos devido ao excesso de lideranças políticas, lembrando que o União ainda conta com os grupos dos irmãos Jayme e Júlio Campos, Dilmar Dal Bosco e Eduardo Botelho.
(Olhar Direto)