Foi encontrado na província de Liaoning, no nordeste da China, os restos mortais de uma espécie inédita de escorpião. A descoberta, realizada por estudiosos da Academia Chinesa de Ciências, revelou que o espécime tem aproximadamente 125 milhões de anos, tornando-se o primeiro fóssil de escorpião da era mesozoica identificado no país. O feito foi divulgado em 24 de janeiro em artigo científico na revista Science Bulletin.
A nova espécie foi batizada de Jeholia longchengi, em referência ao sítio paleontológico onde foi descoberta, o Jehol Biota, além de fazer alusão à província de Liaoning.
Conhecido por preservar um conjunto raro de fósseis do Cretáceo Inferior, Jehol Biota já foi palco do descobrimento de diversas espécies pré-históricas, como dinossauros emplumados, pássaros primitivos e fósseis de plantas, sendo considerado “uma das descobertas paleontológicas mais importantes do século 20”.
Aracnídeo mesozoico
Antes da descoberta de Jeholia longchengi, apenas três fósseis de escorpiões haviam sido registrados na China. Este, no entanto, representa o primeiro espécime proveniente da era Mesozoica, que abrangeu o período entre 252 e 66 milhões de anos atrás.
Enquanto a maioria dos fósseis de aracnídeos dessa era é preservada em âmbar, o achado recente se destaca precisamente por sua preservação em condições diferentes. A fossilização de tais animais é rara, pois esses insetos habitam ambientes como pedras e galhos, lugares onde é baixa a probabilidade de ficarem presos em sedimentos e, assim, se fossilizarem.
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Medições revelaram que o escorpião tinha 10 centímetros de comprimento. Embora esse tamanho seja considerado comum em relação a espécies atuais, J. longchengi era significativamente maior do que outros escorpiões mesozoicos de sua época, conforme informações do portal Live Science.
O comprimento do escorpião não é sua única característica que o torna singular. Com pernas alongadas e pedipalpos finos (pinças situadas próximas à boca), essa nova espécie se distingue das características típicas dos escorpiões de sua época.
Segundo os pesquisadores, devido a essas particularidades, acredita-se que Jeholia longchengi se alimentava de aranhas, lagartos e até mesmo de pequenos mamíferos que habitavam seu ecossistema. “Se colocado no ambiente atual, ele pode se tornar um predador natural de muitos animais pequenos e pode até caçar filhotes de pequenos vertebrados”, disse Huang Diying, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências, à agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
No entanto, como o fóssil não está completamente preservado, não é possível determinar com precisão sua posição na cadeia alimentar daquela região. Já foram identificados na área pássaros primitivos, mamíferos e até dinossauros, que poderiam o ter predado, o que faz dessa espécie um componente de grande relevância para o equilíbrio de seu ecossistema.
(Por Redação Galileu)