Na Alemanha, fundações maciças de calcário encontradas debaixo de um estacionamento sugerem que ali existiu uma igreja que cobria uma área de 50 por 40 metros, abandonada depois da Reforma Protestante no século 16.
Além das fundações, também foram encontrados restos mortais de 30 crianças enterradas ao lado da igreja St. Godehard, cuja referência mais antiga data de 1340.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_fde5cd494fb04473a83fa5fd57ad4542/internal_photos/bs/2025/O/9/TLmmRzQFaEbjAnEPCDHA/ausgrabung-kirche-eschwege-104-t-1740490052063-v-16to9-1-.jpg)
Arqueólogos trabalhavam em um estacionamento no município de Eschwege, que está em reforma para virar uma praça, quando identificaram a construção no local. Trata-se de uma igreja batizada em homenagem a Gotthard de Hildesheim, um bispo alemão.
Por que ossos de crianças?
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_fde5cd494fb04473a83fa5fd57ad4542/internal_photos/bs/2025/A/f/KAjJtNQKq1F1ijVqJ9lg/ausgrabung-kirche-eschwege-114-t-1740490052781-v-16to9.jpg)
As “crianças do beiral”, como são conhecidas, eram crianças não batizadas enterradas perto das paredes da igreja, onde a água de chuva do telhado pingava nos túmulos – garantindo sua “salvação” na vida após a morte.
“Quanto mais perto você enterra os mortos da área do altar, maiores são as chances de o santo responsável ir à sua igreja no último dia e recolher as almas ao mesmo tempo”, explicou Anja Rutter, diretora da escavação, ao portal alemão Hessischer Rundfunk.
“Há também a ideia de que a água que pinga do telhado da igreja é algo como água batismal, o que aproxima ainda mais as crianças da proteção da igreja”.
Rutter descreve ainda dois enterros, nos quais as pernas estão abertas como se tivessem sido enterradas em fraldas. “Isso é realmente um pouco triste. Alguém realmente chorou por elas [as crianças] há 400 anos”, afirma.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_fde5cd494fb04473a83fa5fd57ad4542/internal_photos/bs/2025/A/Z/2vD79sRG2jqNqBNVgsaA/ausgrabung-kirche-eschwege-102-t-1740490051654-v-16to9.jpg)
A praça que será erguida no local da capela deve ser concluída até 2026 e será projetada para manter a presença da antiga igreja neste local, segundo explica o prefeito de Eschwege, Alexander Heppe.
“A praça leva em consideração a antiga nave por meio de um design semelhante a um navio”, compara o governante. “Também destacaremos o significado histórico: com material informativo, painéis de exposição, talvez até com uma maquete”.
(Por Redação Galileu)