Pesquisadores encontraram na China um fragmento fossilizado da mandíbula inferior de um gato. A análise da peça revelou que esse animal viveu há 300 mil anos e corresponde a uma nova espécie descoberta: Prionailurus kurteni, descrita em estudo publicado em novembro de 2024 no periódico Annales Zoologici Fennici.

O animal é tão pequeno que cabe na palma da mão, e acredita-se que esse possa ser o menor gato do mundo. A espécie pertence ao gênero Prionailurus e à mesma família de gatos selvagens que vivem na África do Sul atualmente.

Qual era o tamanho do gato da Pré-História?

Hoje, as duas menores espécies de gatos selvagens são o gato-bravo-de-patas-negras (Felis nigripes) e o gato-ferrugem (Prionailurus rubiginosus). Com base nos restos fossilizados, a equipe estima que o felino tinha um tamanho menor ou igual ao das duas espécies atuais, medindo entre 35 e 50 cm.

Para se ter uma ideia, o tamanho de uma mão humana aberta, do dedo polegar ao mínimo, é de cerca de 22 cm. Ou seja: o gato pré-histórico praticamente cabia na palma da mão.

Nova espécie descoberta é comparável em tamanho ao gato-ferrugem, medindo até 50 centímetros — Foto: Wikimedia Commons
Nova espécie descoberta é comparável em tamanho ao gato-ferrugem, medindo até 50 centímetros — Foto: Wikimedia Commons

“Esse gato é claramente menor do que um gato doméstico. É comparável ao menor gato vivo, [com cerca de] 1 kg”, disse Qigao Jiangzuo, pesquisador do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia da Academia Chinesa de Ciências, ao site Live Science.

A mandíbula fossilizada do animal tinha dois dentes e foi encontrada no leste da China, na caverna de Hualongdong. A inclinação de um dos dentes ainda conecta o gato-leopardo pré-histórico ao ancestral comum dos gatos domésticos e à espécie gato-de-pallas (Otocolobus manul).

“Planejamos fazer um levantamento sistemático dos fósseis de gatos na China e em todo o mundo, que não foram bem estudados no passado. Esperamos rastrear as origens e a diversidade passada da família dos gatos”, afirmou Jiangzuo.

Poucos espécimes pré-históricos desse gato sobreviveram, já que os animais tendem a viver sem abrigo na floresta, onde seus ossos degradam rapidamente – ao contrário do que ocorre em cavernas.

(Por Redação Galileu)