O psicólogo Douglas Amorim, denunciou uma agressão ocorrida na casa noturna Nuun Garden, na madrugada do último domingo (12), em Cuiabá. Nas redes sociais, a vítima relata o caso motivado por homofobia, e evidencia o descaso do estabelecimento diante do crime. Ele estava no local com o marido e amigos em um dos camarotes.
Conforme o relato, durante a noite, Douglas e o marido notaram que um homem no camarote vizinho os encarava o tempo todo, gerando desconforto. Em determinado momento, enquanto Douglas estava no banheiro, o mesmo homem se aproximou e questionou de forma agressiva: “O que você está olhando para mim?”.
A vítima questionou: “Você está louco, olhando o que? Vai se f*der, homofóbico do caralh*”, e saiu andando, voltando para o camarote. Ele contou o ocorrido ao marido e sobrinho.
Segundo uma testemunha, o agressor foi até os seguranças e relatou que a vítimasupostamente teria dito aos homens que a vítima passou a mão nele no banheiro. A informação só foi relevada depois à Douglas.
Mais tarde, ao retornar ao banheiro antes de ir embora, Douglas foi surpreendido pelo agressor, que o atacou covardemente pelas costas. Ele foi empurrado contra o mármore do mictório, bateu a cabeça e desmaiou. O suspeito chegou a dizer: “Vou ensinar esse veado a respeitar homem”.
Quando foi encontrado por seu marido, Eloísio, e um amigo, Douglas estava desacordado, com o rosto sangrando e em convulsão. Apesar da gravidade, os seguranças da boate não prestaram socorro nem impediram o agressor de sair do local. Apenas um bombeiro ajudou a vítima.
“Os seguranças apenas olharam, não chamaram ambulância ou polícia e permitiram que o agressor pagasse sua conta e fosse embora. A casa noturna não seguiu nenhum protocolo de proteção, o que é extremamente preocupante”, desabafou Douglas.
Ainda em estado de choque, Douglas e Eloísio procuraram a delegacia na segunda-feira para registrar um boletim de ocorrência e realizar exame de corpo de delito. Até o momento, a identidade do agressor permanece desconhecida, e o Nuun Garden se recusa a fornecer as imagens de segurança que poderiam identificar o suspeito.
“A sensação é de injustiça e impunidade. Esse homem não apenas me agrediu fisicamente, mas cometeu um crime de ódio ao dizer: ‘Esse veado vai aprender a respeitar homem’. O que aconteceu comigo poderia ter acontecido com qualquer outro frequentador LGBTQIA+ do local”, afirmou Douglas.
O bombeiro que atendeu Douglas pegou o telefone dele e enviou uma mensagem afirmando que a gerente do Nuun Garden iria entrar em contato, mas até o momento não foi feito. O psicólogo foi encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Verdão, onde levou pontos nas lesões do rosto. Nisso, ele recebeu o áudio do amigo que testemunhou o suspeito relatando aos seguranças sobre o falso assédio.
Douglas também fez um apelo às pessoas que estavam na boate na noite do incidente. Ele pede que quem tiver fotos ou vídeos que possam identificar o agressor entre em contato, de forma anônima.
Um contato enviou a suposta identidade do agressor à Douglas, nas redes sociais, afirmando ter o visto conversando com os seguranças na boate.