O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) adquiriu dois novos cães para fortalecer suas operações de busca, resgate e salvamento. A aquisição visa aprimorar a capacidade de resposta da corporação em situações de emergência, como acidentes, desaparecimentos e desastres naturais. Os novos cães, fêmeas da raça Border Collie, receberam os nomes de Sara e Duda.
As cadelas são filhotes da mesma ninhada e foram provenientes de um canil especializado no Recife. As novas integrantes da equipe já iniciaram um treinamento que deve durar cerca de um ano e meio até que possam estar aptas a receber a certificação nacional para atuar em operações reais.
De acordo com o major BM Anderson Rodrigo da Silva, comandante do canil no 2º Batalhão Bombeiro Militar (2º BBM), a presença dos cães tem sido essencial para as equipes de resgate, já que a habilidade e a capacidade avançada dos cães permite localizar pessoas com rapidez e precisão, muitas vezes em locais onde o trabalho humano é limitado.
Em Mato Grosso, o uso de cães se consolidou como uma ferramenta crucial para salvar vidas e minimizar os impactos de tragédias, como as ocorridas no Rio Grande do Sul, em Petrópolis (Rio de Janeiro) e em Brumadinho (Minas Gerais), locais onde os cães mato-grossenses já atuaram.
“A habilidade do cão e a velocidade com que ele trabalha é muito maior que a do seu humano. Então, no caso, essas características do cão realmente podem ser diferenciais entre encontrarmos uma pessoa viva ou encontrarmos apenas um corpo. Por isso, é essencial esse trabalho do animal”, explicou.
O major esclareceu ainda que, assim como as pessoas, os cães também tem um tempo útil de trabalho, tanto fisiológico como cronológico. Por isso, a aquisição dos animais ainda filhotes é necessária, para que possam ser treinados de forma adequada para o serviço, visto que são várias modalidades de trabalho em que eles podem atuar. Entre elas, a modalidade de busca de restos mortais em áreas rurais, de varredura de área e de odor específico, por exemplo.
“O primeiro passo do treinamento é o contato inicial com o binômio, nos primeiros seis meses. Após essa fase, os cães seguem para um treinamento intensivo até a certificação, que os habilita a atuar nas operações. A ideia é que, quando dois cães maduros estejam prontos para se aposentar, Sara e Duda já estejam preparadas para assumir suas funções, sem deixar lacunas na equipe”, disse.
Após a conclusão do treinamento, os animais passam por uma prova de certificação nacional que assegura que os binômios (bombeiro/cão) estejam aptos a entrar em ação. Nessa certificação, são avaliados a obediência do cão, o foco na missão, a capacidade de busca, a resistência física, a comunicação e a parceria, além da tomada de decisões.
Adaptação
Desde que chegaram na corporação, Sara e Duda já iniciaram o processo de adaptação com seus tutores, que são os bombeiros militares que se tornam responsáveis por sua formação e cuidado. O soldado BM Lucas Simião, tutor da cadela Duda, detalhou que os primeiros treinamentos são realizados diariamente, tanto no quartel quanto em casa.
O objetivo, segundo ele, é fazer com que as cadelas se acostumem com o ambiente de trabalho, a rotina e, principalmente, com a convivência com o tutor. “Todo o dia nós fazemos um treinamento. Como são filhotes, o cães vão para nossa casa nos momentos em que estamos de folga, onde nós também treinamos o cão. Então, esse convívio é mais do que o trabalho, nós adotamos realmente o cão, pois pegamos um vínculo muito forte com o cão e o cão com a gente. É muito gratificante”, garantiu.
A dedicação dos tutores e o cuidado constante com os cães refletem no desempenho das equipes e evidenciam que a parceria entre bombeiros militares e cães vai muito além do trabalho, conforme Simião. “É uma relação de confiança e afeto e esse vínculo estreito é essencial para o sucesso das missões desempenhadas pelos binômios”, concluiu o soldado.