O fóssil de um ancestral do réptil hoje conhecido como lagarto-minhoca foi encontrado na Tunísia. A nova espécie foi batizada Terastiodontosaurus marcelosanchezi, e é descrita em um artigo científico publicado na revista Zoological Journal of the Linnean Society.
O animal pertence ao grupo Amphisbaenia – o mesmo das cobras de duas cabeças encontradas no Brasil, por exemplo –, e é o maior já identificado até hoje, com um crânio de mais de cinco centímetros de comprimento.
Além do tamanho impressionante, sua morfologia dentária é única. Com mandíbulas fortes, acredita-se que a espécie usava sua força para quebrar a casca de caracóis e se alimentar deles.
“Todas as evidências indicam que a nova espécie está relacionada ao lagarto-minhoca xadrez moderno”, explicou o professor Georgios Georgalis, do Instituto de Sistemática e Evolução dos Animais na Academia Polonesa de Ciências, em comunicado.
Grande demais para viver exclusivamente em tocas, suas características sugerem um estilo de vida parcialmente na superfície. “Podemos imaginar o animal como um ‘verme de areia’ dos romances de ficção científica Duna“, disse Georgalis.
A evolução desse tamanho incomum pode estar ligada às altas temperaturas do período Eoceno, há cerca de 56 milhões de anos. “Se os lagartos-minhoca modernos crescessem tanto quanto cobras, essa espécie poderia ser comparada a uma Titanoboa”, comenta. Com até 13 metros de comprimento e pesando mais de uma tonelada, a Titanoboa é a maior cobra já descoberta e viveu há cerca de 60 milhões de anos.
O estudo utilizou microtomografia computadorizada para investigar a anatomia do lagarto-minhoca. As análises revelaram um dente proeminente na mandíbula superior e molares achatados. Essa combincação, de acordo com os pesquisadores, reflete uma estratégia alimentar consistente ao longo de milhões de anos.
(Por Redação Galileu)