O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta segunda-feira (10.06), que a proposta do governo aos professores das universidades e institutos federais é “irrecusável” e que não se pode ficar de greve a vida toda por 3% ou 4%. A declaração ocorreu durante evento que anunciou R$ 5,5 bilhões para obras e construção de novos hospitais universitários.

“Eu acho que nesse caso da educação, se vocês analisarem no conjunto da obra, vão perceber que não há muita razão para essa greve está durando o que está durando. Porque quem está perdendo não é o Lula, não é o reitor. Quem está perdendo é o Brasil e os estudantes brasileiros. É isso que se precisa levar em conta. Não é 3%, 2%, e 4% que a gente fica a vida inteira de greve. Vamos ver os outros benefícios”, disse Lula.

Ele ainda enfatizou que a proposta apresentada pela ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, de conceder reajuste em duas parcelas, janeiro de 2025 e maio de 2026, que variam de 13,3% a 31,2% até 2026.

“O montante de recurso que a companheira Esther [ministra da Gestão] colocou à disposição é um montante de recursos não recusável. Eu só quero que leve isso em conta porque se não nós vamos falar nas universidades e institutos federais e os alunos estão à espera de voltarem às salas de aula”, destacou.

Já o ministro da Educação, Camilo Santana, disse que não havia necessidade de greve. “Greve é o limite para condições de negociação. Então eu não enxerguei a necessidade da greve porque esse é um governo que depois de 6 anos sem reajuste salarial, concedeu aumento de 9% no seu primeiro ano de governo. Isso foi um impacto de mais de R$ 8 bilhões no Orçamento do MEC”, declarou.

Camilo explicou que neste momento não existe a possibilidade de atender a demanda dos professores. “Nós não podemos recompor todo um processo de anos de defasagem salarial em pouco espaço de tempo”, disse o ministro.

Ainda segundo ele, a proposta salarial apresentada aos técnicos e professores, caso seja atendida pelas categorias e desta forma seja incluída na folha no MEC, vai gerar impacto de mais de R$ 20 bilhões no Orçamento em relação às universidades federais e institutos federais.

(Fatos de Brasília)