Faccionados do Comando Vermelho pagaram R$ 800 mil em espécie para adquirir uma casa noturna em Cuiabá, utilizada para lavagem de dinheiro do tráfico. A partir de então, segundo investigações da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO/MT), a facção criminosa começou a promover e financiar shows de artistas nacionais avalizados por ela para dar continuidade ao esquema.
Dentre as ordens, estava a não contratação de artistas de São Paulo, sob pena de represálias. No estado, a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), rival do Comando Vermelho, é predominante.
De acordo com as investigações, um dos promoters, assessor parlamentar do vereador Paulo Henrique, foi o responsável por trazer o funkeiro MC Daniel, de São Paulo, à Musiva, em dezembro do ano passado. O artista foi hostilizado pelos faccionados do Comando Vermelho e deixou o show escoltado na ocasião. Posteriormente, um comunicado atribuído ao CV foi emitido proibindo o MC de fazer novos shows em Mato Grosso.
Segundo o Ficco, o promoter e faccionado que promoveu o show foi punido pelo grupo com a pena de ficar sem realizar shows e frequentar casas noturnas em Cuiabá, pelo período de dois anos.
Ao todo, quatro casas de shows na Capital tiveram as atividades suspensas devido às investigações, duas delas na avenida Beira Rio.
A organização contava ainda com o apoio de agentes públicos responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para a realização dos shows, que agiam sem observância da legislação de posturas e recebendo, em contrapartida, benefícios financeiros.
(HNT)