A delegada Anna Marien, da delegacia de Peixoto de Azevedo (673 km de Cuiabá), investiga se a pecuarista Inês Gemilaki arquitetou registro de boletim de ocorrência acusando Enerci Lavall, o ‘Polaco’, de fazer ameaças contra ela. Horas depois, Inês invadiu a casa do produtor rural e matou duas pessoas. Enerci nega que tenha feito investidas contra Inês e o filho, o médico Bruno Gemilaki, que também participou da ação criminosa.

“O que aconteceu entre o registro do boletim de ocorrência e o início da ação criminosa, nessas quatro ou cinco horas de invervalo, que motivou o que aconteceu no domingo à tarde? Ou o registro do boletim de ocorrência já era algo planejado anteriormente? Nós precisamos nos aprofundar para chegar à real motivação do crime”, afirmou a delegada em entrevista ao Fantástico exibido neste domingo (28), uma semana depois dos fatos.

O que se sabe até o momento é que indisposições relacionadas ao aluguel da casa onde o crime aconteceu alimentaram a animosidade entre as famílias. Inês foi inquilina de Polaco e da esposa dele, Raquel Soares, por mais de um ano. Ao sair do imóvel, deixou uma dívida de aluguel e diversas avarias na casa.

O caso foi levado à Justiça, mas a família Gemilaki saiu vitoriosa da ação. Segundo esposa de Éder Gonçalves, cunhado de Inês, a partir daí teriam começado as ameaças. Polaco negou as acusações.

VIDAS INTERROMPIDAS

Raquel Soares perdeu o pai na ação criminosa. Pilson Pereira da Silva, de 81 anos, foi atingido na barriga quando Inês se aproximou do sofá onde Polaco havia se escondido. Ao Fantástico, Raquel se emocionou ao falar sobre o pai.

“Fica a saudade, as lembranças, os conselhos que ele me dava. Saber que eu nunca mais vou ver ele, isso é o que mais me dói”, lamentou a filha de Pilson.

Rui Luiz Bogo, de 69 anos, que conhecia Inês desde a infância dela, também foi atingido e morto pela mulher. “Para mim, eles chegaram sabendo muito bem o que iam fazer”, afirmou a viúva do idoso, Maria de Lourdes Bogo.

A filha dela, que estava sentada ao lado do pai quando os tiros começaram, conseguiu fugir. “Se a gente não corre, eles iam matar todo mundo. Meu pai nunca fez mal para ninguém, ela conhecia a gente desde criança”, afirmou Louderte Bogo.

(HNT)