O deputado estadual Júlio Campos (União) classificou nesta quarta-feira (17.04) como “assassinato à fauna e à flora pantaneira” o desmate químico de áreas que totalizam 81 mil hectares no Pantanal Mato-grossense. O crime ambiental, que resultou na prisão do pecuarista Claudecy Oliveira Lemes, foi exposto em reportagem do Fantástico, nesse domingo (14).

Júlio Campos, que possui uma fazenda na região há mais de 50 anos, expressou sua indignação: “É de uma gravidade enorme a atitude desse pecuarista fazendeiro, que fez esse assassinato à fauna e à flora pantaneira. Não é possível. Há mais de 50 anos tenho uma fazenda no Pantanal, a fazenda São José do Piquiri no município de Barão Melgaço. Nunca, nenhum pantaneiro, nenhum mato-grossense, nenhum brasileiro que tem propriedades, teve a ousadia de fazer um gesto desse, de aplicar um produto para fazer limpeza de pasto, que viesse matar a natureza pantaneira”, criticou Júlio.

Campos avalia que a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema-MT) agiu certo com a aplicação de multa ao pecuarista acusado de desmatar parte do Pantanal para plantar capim e fazer pasto para boi. “Acredito que a Sema, em boa hora, aplicou-lhe uma multa relativamente grande, mais de R$ 2 bilhões e tem o risco de perder a sua propriedade. Ele fez um atentado de guerra contra a nossa fauna e a nossa flora.”

Como pantaneiro, Júlio Campos explica como funciona o Pantanal Mato-grossense: “Quem entende do Pantanal: sabe que o Pantanal sobrevive anualmente, depois das chuvas, ressurge o pasto normalmente e no passado já foi até autorizado plantar outros tipos de espécies do pasto do Pantanal, mas que a autorização e sem aplicação desse tipo de produto aplicado.”

Júlio também opinou sobre a defesa do governador Mauro Mendes e do presidente da Assembleia (AL/MT) deputado Eduardo Botelho, ambos filiados ao União Brasil, para que crimes ambientais tenham também punição relativas à perda de propriedade.

“O senador Jayme Campos e o senador Wellington Fagundes estão atuando, um deles é relator da matéria, aprovando o Plano de Gerenciamento do Pantanal. Junto daquele incêndio terrível que ocorreu em 2022, que destruiu mais alguns milhões de hectares de terra no Pantanal, da flora e da fauna. E agora está sendo votado. Então, nesse projeto do plano de Gerenciamento do Pantanal já poderia até ser incluído um artigo de que no caso do Pantanal, como é uma reserva nacional, é um patrimônio da humanidade, é um patrimônio ecológico brasileiro, poderia ter a perda de propriedade no caso desse tipo de atentado.”

(VGN)