O Poder Judiciário de Mato Grosso determinou a regressão do regime de prisão imposto a Paulo Witer Farias Paelo, o “WT”, em relação aos processos em que ele foi condenado por roubo qualificado e organização criminosa.

Paulo Witer foi o principal alvo da Operação Apito Final, desencadeada na semana passada pela GCCO (Gerência de Combate ao Crime Organizado) da Polícia Civil, que investigou a suspeita de lavagem de dinheiro de uma facção criminosa.

Em dezembro passado, ele havia sido colocado em regime semiaberto, com uso de tornozeleira eletrônica, após cumprir 15 anos, de um total de 51 anos de penas impostas em diversos processos.

Contudo, Paulo Witer descumpriu a medida cautelar de monitoramento e Vara de Execução Penal da Comarca de Cuiabá determinou a regressão do regime semiaberto para o fechado e decretou um novo mandado de prisão, que foi cumprido na quarta-feira (10) com apoio da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil alagoana no presídio onde ele está detido, em Maceió.

Paulo Witer e seu grupo, entre eles seu advogado, tiveram as prisões preventivas decretadas no bojo da investigação da Apito Final, que apura um esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas fomentado, especialmente, na região do Jardim Florianópolis. Os cinco investigados foram presos em Maceió, onde estavam para acompanhar um jogo de futebol de um time amador criado por Witer para dissimular a lavagem de capitais.

Os cinco estão presos no Presídio de Segurança Máxima da capital de Alagoas. Também nesta semana, o juiz do Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá, Jorge Alexandre Martins Ferreira, determinou ao Sistema Penitenciário de Mato Grosso que providencie o recambiamento dos cinco presos para o estado de origem. Ainda não há data para a transferências dos investigados.

 

Histórico 

Paulo Witer, de 37 anos, foi condenado a 51 anos e sete meses de prisão em regime fechado, após unificação de condenações em diversos processos criminais em comarcas de Mato Grosso. Desse total, ele cumpriu 15 anos e 11 meses e teve a progressão para o regime semiaberto autorizada pela Justiça, com monitoramento eletrônico, em dezembro de 2023. Contudo, ele voltou mais uma vez a reincidir criminalmente, inclusive, burlando as medidas cautelares do regime semiaberto.

Ele responde a processos por roubo qualificado, furto qualificado, posse irregular de arma de fogo e nas Comarcas de Tangará da Serra, Cuiabá, Várzea Grande e Rio Branco. Ainda na comarca da Capital responde também a ação penal, de 2018 pela 7ª Vara Criminal, por integrar organização criminosa e lavagem de dinheiro, crimes pelos quais foi condenado a 14 anos de reclusão.

 

Operação Apito Final

Em uma investigação que durou quase 2 anos, a GCCO apurou centenas de informações e análises financeiras que possibilitaram comprovar o esquema liderado por Paulo Witer para lavar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas. Para isso, ele teria usado comparsas, familiares e testas de ferro na aquisição de bens móveis e imóveis para movimentar o capital ilícito e dar aparência legal às ações criminosas.

A operação foi deflagrada no dia 02 de abril, com a finalidade de descapitalizar a organização criminosa e cumpir 54 ordens judiciais que resultaram na prisão de 20 alvos.

A investigação da Gerência de Combate ao Crime Organizado apurou que o esquema movimentou R$ 65 milhões na aquisição de imóveis e veículos. As transações incluíram ainda criação de times de futebol amador e a construção de um espaço esportivo, estratégias utilizadas pelo grupo para a lavagem de capitais e dissimulação do capital ilícito.