Uma ocorrência por causa de som alto em Tangará da Serra (240 km de Cuiabá) terminou com a servidora pública Keiliane Gonçalves sendo agredida por policiais militares que fizeram a abordagem. O caso foi registrado na madrugada desta quinta-feira (4), no município. A cena foi gravada por outra mulher que estava na residência e presenciou a situação.

Nas imagens, é possível ver os policiais parados em frente à casa da servidora, enquanto ela diz que eles não iriam ‘conduzi-la’ e que estavam invadindo o local. Em seguida, eles entram na casa e começaram a agredir a mulher com tapas e socos.

De acordo com o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada por um vizinho da servidora, que reclamou do som alto. O documento policial narra que o som estava tão alto que poderia ser ouvido de longe e que no local estavam seis adultos e três crianças. Ainda, diz que houve uma ‘desinteligência’ entre Keiliane e os militares, na qual ela xingou a equipe de ‘vagabundos’, ‘desgraçados’, ‘covardes’ e ‘merdas’.

Então, a equipe apreendeu o som e deteve Keiliane e uma outra mulher. Elas foram encaminhadas à Delegacia de Polícia Civil, ‘sem lesões corporais’, conforme aponta o documento, e tiveram seus celulares apreendidos.

No entanto, pelo trecho do vídeo do qual o HNT teve acesso, a servidora não ofende os policiais e nem é possível ouvir o som alto.

Procurado pela reportagem, o major Márcio Pereira, de Tangará da Serra, afirmou que houve a necessidade de ‘força moderada’, pois as mulheres resistiram à prisão. Além disso, informou que o caso será investigado pela Polícia Militar e, se necessário, um procedimento administrativo poderá ser instaurado.

LEIA A NOTA NA ÍNTEGRA

“A Polícia Militar recebeu solicitação para atendimento de ocorrência de perturbação do sossego e, no local depararam se com aproximadamente 10 pessoas em uma residência no centro do município de Tangará da Serra – MT ouvindo som em volume muito superior ao permitido, logo, ofensa ao art. 42 da lei de contravenções penais, bem como o art. 54 da lei de crimes ambientais.

No local, após solicitar que os proprietários diminuíssem o volume do som, os Policiais Militares foram agredidos verbalmente com palavras de baixo calão, inclusive com objetivo de ofender o agente público no exercício da função. Diante das ações das mulheres, a guarnição policial interpretou como desacato, restando conduzir as duas pessoas para a delegacia de Polícia Judiciária Civil para providências cabíveis.

No local, ao que consta, as pessoas resistiram a prisão e, considerando que a guarnição estava em menor número, fez se necessário o uso de força moderada para fazer se cumprir a lei.

Caminhando para a conclusão, deve se consignar que, caso, os envolvidos manifestem interesse, deverão procurar o Comando da Polícia Militar no município fins de reduzir as informações a termo e, após análise da autoridade militar competente, poderá ser instaurado o processo administrativo disciplinar para apuração dos fatos”, traz o pronunciamento.

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(HNT)