A Justiça de Mato Grosso deferiu o pedido de recuperação judicial do Grupo Mariussi, de propriedade dos produtores rurais Orlando Mariussi, Ana Rosa dos Santos Mariussi e Miriana Emanuela Mariussi. A decisão foi proferida nesta quarta-feira (27.03), pela juíza da 1ª Vara Cível de Cuiabá, Anglizey Solivan de Oliveira. No pedido, o grupo empresarial apresentou um passivo da ordem de R$ 47,5 milhões.
O pedido acolhido pela magistrada foi apresentado pelo advogado Marco Aurélio Mestre Medeiros. Em novembro do ano passado, ele já havia conseguido na Justiça a antecipação do stay period, mecanismo que suspende todas as ações de execução judicial em andamento, para proteger o patrimônio da empresa e possibilitar a continuidade da atividade rural de forma produtiva.
Na solicitação, os proprietários do Grupo Mariussi relataram que a atividade comercial foi iniciada em 1989, com a aquisição de uma fazenda no município de Brasnorte, após anos desbravando uma área em Tangará da Serra, município para onde retornaram em 1992. Por fim, o grupo se estabeleceu em Campo Novo do Parecis.
Os problemas econômicos enfrentados pelos Mariussi começaram em 2014, quando as sementes adquiridas foram entregues com atraso, gerando um prejuízo de mais de 71 mil sacas de soja. Além disso, as sucessivas crises econômicas externas, a pandemia da Covid-19 e, por fim, a guerra na Ucrânia, impossibilitaram a reabilitação comercial do grupo.
Em novembro, ao suspender as ações de execução, Anglizey determinou a realização de uma perícia, cujo laudo juntado opinou favoravelmente à recuperação, concedida nesta semana pela magistrada.