O juiz Francisco Alexandre Ferreira Mendes Neto, do Núcleo de Audiências de Custódia de Cuiabá, converteu, durante audiência de custódia, na tarde desta quinta-feira (21), a prisão em flagrante em preventiva de três membros da quadrilha de estelionatários que montaram um laboratório improvisado em uma suíte presidencial do Hotel Deville, em Cuiabá, para falsificar R$ 10 milhões em notas de R$ 200.
No despacho, o magistrado manteve a prisão de Francisco Marcelo Campelo de Carvalho, 47 anos; Aurino Rodrigues de Barros, 59 anos; e Manoel Alves Faustino, 58 anos. Já Maria Jandira Pinto de Souza, 54 anos, teve a liberdade concedida. No caso dela, o juiz entendeu que Jandira é primária e não possui processos criminais em andamento.
Além disso, ponderou que não existem elementos concretos para mantê-la presa. Contudo, foram aplicadas medidas cautelares como comparecimento mensal em juízo, proibição de manter contato com os demais autuados, não mudar de endereço sem comunicação prévia ao juízo da causa e não se ausentar da comarca por período superior a oito dias sem prévia autorização judicial.
Durante a prisão, Maria Jandira afirmou ter apenas dado carona e não ter participado do esquema. Ela dirigia uma caminhonete Hilux de cor prata que foi apreendida. Um Corolla usado pelos suspeitos também foi apreendido pela polícia. Em relação a Francisco Campelo, o juiz citou que o criminoso responde a uma condenação pela prática do crime de furto e falsificação de moeda, o que, segundo o magistrado, demonstra tratar-se de agente contumaz em delitos e torna forçosa a imposição de uma medida capaz de preservar a ordem pública diante de sua reincidência delitiva.
No caso de Manoel, o juiz lembrou que o investigado, juntamente com os demais autuados, reiterou na aplicação do golpe, já tendo ocorrido em fevereiro no mesmo local, apontando um claro caso de recorrência criminosa, principalmente sem nenhum receio da polícia. Em relação a Aurino, o magistrado mencionou os mesmos argumentos.
A quadrilha foi desbaratada na terça-feira (19) pela equipe da Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes (DEEF). A Polícia Civil conduz as investigações relativas ao caso há aproximadamente um mês.
Na terça-feira, foi descoberto que uma das supostas vítimas estava negociando a troca de um valor de R$ 400 mil em dinheiro verdadeiro por R$ 10 milhões em notas falsas. O homem está sendo tratado como “vítima”, mas ao mesmo tempo também figura como suspeito, pois os policiais acreditam que ele tinha conhecimento do que estava acontecendo, já que as notas apreendidas traziam uma frase informando que “não têm valor de mercado”.
Durante o interrogatório, o trio confessou fazer parte de um grupo com mais de 50 pessoas que aplicam golpes de falsificação e falso empréstimo em todo o Brasil. Fonte: Folhamax