A Justiça Federal tornou pública nesta sexta-feira a gravação da audiência de custódia de Robinho, realizada na quinta-feira, logo após o ex-jogador ser preso em Santos pelo crime de estupro cometido em 2013, na Itália.
A audiência durou pouco mais de três minutos e foi realizada de forma virtual pelo juiz Mateus Castelo Branco Firmino da Silva, com o ex-jogador sem algemas.
Robinho estava acompanhado do advogado Sérgio Henrique Cotrim Moliterno Júnior. A audiência também teve a presença do procurador Felipe Jow Namba.
Castelo Branco questionou Robinho sobre as condições em que foi preso.
– Eu me prontifiquei a ir lá (na Polícia Federal) – disse o ex-jogador, que acabou preso em casa, na quinta, após a ordem da Justiça.
Na audiência, Robinho negou ter sofrido maus tratos durante a operação. Também confirmou estar bem de saúde e que os três filhos ficarão com a mãe.
Veja o vídeo:
Perguntado sobre algum parente que tem uma doença grave, o ex-jogador respondeu que era o caso de seu pai, que mora com ele.
O procurador Felipe Namba não fez perguntas a Robinho, assim como o advogado do ex-jogador.
O juiz encerrou a audiência em seguida, determinando que Robinho passasse por exame de corpo de delito e ao início de cumprimento da pena.
O ex-jogador foi preso depois de uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), na quarta, que homologou a sentença da Itália que o condenou a nove anos de prisão pelo crime cometido em 2013.
Robinho recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal), mas teve negada uma liminar em pedido de Habeas Corpus pelo Ministro Luiz Fux. A defesa insistirá com um novo recurso, mas a previsão é de que ele só seja analisado depois da Páscoa.
Os advogados de Robinho sustentam quem o ex-jogador tem o direito de aguardar em liberdade até que a decisão STJ tenha transitado em julgado – quando não é mais possível recorrer. Além do Habeas Corpus, a defesa pretende questionar, ainda no tribunal superior, a homologação e admite que pode levar o caso ao STF, na sequência.
Entenda o caso
Robinho foi condenado em três instâncias da Justiça italiana pelo estupro em grupo de uma mulher albanesa, em 2013. A decisão definitiva, da 3ª Seção Penal do Supremo Tribunal de Cassação, em Roma, é de janeiro de 2022, quando o atleta já tinha retornado ao Brasil.
No fim do mesmo ano, o Ministério da Justiça da Itália enviou pedido de extradição de Robinho, que foi negado pelo Governo – o país não extradita seus cidadãos naturais. Na sequência, os italianos acionaram o STJ para que a sentença fosse homologada para surtir efeitos no Brasil.
Este foi o pedido analisado pela Corte Especial do STJ. A Justiça brasileira não discute o mérito da ação italiana, a que condenou Robinho. O ex-jogador afirma que a relação foi consensual com a mulher e nega o estupro.
O crime aconteceu em janeiro de 2013, na boate Sio Café, de Milão. Segundo a investigação, Robinho e mais cinco brasileiros teriam participado do ato. Além do ex-jogador, outro brasileiro, Ricardo Falco, foi condenado aos mesmos nove anos de prisão.
Falco também é alvo de um pedido da Itália para cumprimento da pena no Brasil. O processo contra ele no STJ ainda não foi pautado para julgamento. (GE)