Dados divulgados pelo Sebrae nacional, com base em levantamento do IBGE, mostram que o percentual de empreendedoras em relação ao total de negócios chegou a 34% no Brasil em 2023: são mais de 10 milhões de mulheres donas de seus próprios negócios, enquanto a quantidade de empresárias que geram empregos subiu 30% de 2022 para o ano passado. A pesquisa revelou que grande parte dessas mulheres começou um negócio por necessidade.

Lenissa Rodrigues, empresária e coaching, que dedica parte de seu tempo a ensinar outras mulheres a empreender pontua que aumento de mulheres querendo empreender pode ser interpretado como uma resposta aos desafios profissionais enfrentados pelas mulheres na necessidade de maior flexibilidade para conciliar trabalho e cuidados de casa ou da família, ou mesmo da necessidade de subsistência.

“A conciliação entre vida pessoal e profissional é uma questão que afeta diretamente as mulheres, que muitas vezes precisam lidar com a dupla jornada e a falta de suporte familiar. Mas não podemos esquecer que empreender no Brasil é difícil pela falta de acesso a financiamentos, ou seja, ter recursos para iniciar o próprio negócio, além é claro da burocracia e da nossa carga tributária”, cita a empresária.

A mesma pesquisa mostra que, no cenário total de negócios comandados por mulheres, nove a cada 10 empreendedoras continuam comandando suas empresas sozinhas. “Nossa sociedade precisa entender que abrir espaço para a mulher empreendedora é também uma forma de incentivar a economia estadual e do país, mas, para isso, é importante desenvolver uma sociedade mais inclusiva, de mais respeito e que gere oportunidades a todos”, avalia Lenissa Rodrigues.

personagens: Thaíssa Stropa e Danitieli Cordeiro

Pensando nesse cenário Lenissa Rodrigues criou uma rede de apoio a mulheres que querem empreender a partir de um negócio de consignação, onde além precisar investimentos financeiros iniciais por parte da mulher, elas também têm orientação, capacitação e apoio contínuo. “Ser uma mulher empreendedora vai além de ser uma líder ou empresária, é também atuar como agente de mudança, inovação e coragem, impulsionando iniciativas sociais e inspirando outras mulheres a seguirem seus próprios caminhos. Tudo o que aprendi, experiências positivas e negativas serviram de aprendizado e faço questão de compartilhar com mulheres que querem empreender e mudar de vida”, explica.

É nesse cenário de inspiração, conquistas e desafios, que o empreendedorismo feminino começou a se desenvolver em 2023 para mais de 40 mulheres. Um exemplo são as amigas e cunhadas Thaíssa Stropa, formada na área contábil, e Danitieli Cordeiro, na área administrativa e de vendas, que em meio a pandemia, grávidas e desempregadas, resolveram empreender e criaram uma loja de roupas infantis on-line.

“Roupas infantis era produto que tínhamos dificuldade para encontrar e resolvemos abrir esse negócio. Eu tinha a experiencia com vendas e Thaíssa com contabilidades, então unimos nossas habilidades. Porém enfrentamos muitas dificuldades pois a prática é bem diferente. Logo depois conhecemos a Lenissa que foi fantástica par ao nosso negócio, além agregarmos outros produtos, pudemos fazer parte dessa rede de mulheres incríveis onde podemos compartilhar medos, inseguranças, problemas, soluções, apreender e ajudar umas às outras”, relatou Danitieli Cordeiro.

Gisele Emanuele Almeida de Queiroz Beenvides, formda na área de tecnológica de informática, e Cida Capelassi, jornalista, também são exemplos de que a rede de apoio a mulheres que querem empreender pode dar certo. “Sempre trabalhei, mas nunca havia empreendido sozinha. A partir dos encontros oferecidos pela Lenissa é possível aperfeiçoar habilidades pessoais e técnicas, que podem ser desenvolvidas para que as empreendedoras consigam resultados ainda melhores para seus negócios. Eu me surpreendi e vejo que o olhar da Lenissa está correto é necessário incentivar mulheres a frente de negócios, apoiá-las em todas formas”, relata Cida Capelassi.

Gisele pontua ainda que com seu novo negócio aprendeu a ter iniciativa, inovação, resiliência, organização e planejamento, entre outras. “Acho que além de uma oportunidade de negócio a Lenissa oferece motivação, ela tem sensibilidade para voltar a atenção ao ser humano, compreende nossas emoções, a partir daí ela nos capacita e preparar para ser uma empreendedora, ela acredita em cada uma de nós”, revela a nova empreendedora.

“O empreendedorismo oferece às mulheres a oportunidade de alcançar independência financeira e tomar decisões em relação à sua carreira, aumentando a sua autoconfiança e capacidade de influenciar positivamente sua vida. Quero não somente gerar oportunidades para mim, mas também para outras mulheres, ajudando a impulsionar a economia local e a comunidade em geral”, conclui Lenissa.

(Rafaela Maximiano)