Os credores da Ávida Construtora e Incorporadora aprovaram o plano de recuperação judicial da empresa. O projeto de reestruturação empresarial, aprovado em assembleia geral nesta quarta-feira (28.02), foi assinado pelo escritório Mestre Medeiros Advogados. A partir de agora os credores receberão seus créditos de acordo com os termos do plano aprovado.

Com a aprovação do projeto de reestruturação, a construtora conclui mais uma etapa do processo de recuperação judicial. A ata da assembleia será encaminhada à Justiça para que seja homologado o plano de recuperação judicial.

A Ávida teve seu pedido de recuperação judicial deferido em março do ano passado. Ao formular o pedido analisado pela Justiça de Mato Grosso, a empresa apresentou dívidas que ultrapassavam a marca de R$ 36 milhões.

Com o deferimento do pedido, a construtora ficou protegida de ações e execuções contra o empreendimento, permitindo a proteção do patrimônio empresarial, a reorganização das finanças e dos negócios. A medida garantiu que a empresa seguisse ativa, cumprindo assim sua função social.

Histórico

Fundada em 2007, a construtora tinha como primcipal ramo de atuação o setor de habitações populares, visando suprir o grande déficit habitacional da região. No ano de 2008, a construtora foi contratada por uma empresa de alimentos para a construção de creches e expandiu seus negócios, com a construção de creches públicas e complexos residenciais populares.

Já em 2013, a Ávida ampliou ainda mais seus negócios e, desde então, desenvolveu empreendimentos imobiliários e obras de infraestrutura em todo o território mato-grossense.

A empresa sempre cumpriu com suas obrigações financeiras, mas fatores externos prejudicaram o negócio da construção civil. Em outubro de 2015, foi anunciado pelo Governo Federal que havia um déficit no orçamento para pagamento de todas as obras contratadas no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida, a partir de então, foram paralisadas obras importantes da construtora, que, àquela época, contava com mais de mil funcionários. Foram contratados valores volumosos junto aos empreiteiros, prestadores de serviços, locação de máquinas pesadas, além da compra de materiais, aquisição de áreas e demais despesas.

As dívidas altas levaram a empresa a alienar imóveis de sua propriedade. Os altos juros, crises econômicas nacionais, pandemia da Covid-19, alta inflação, baixa liquidez, ações na justiça contra a construtora, rescisões contratuais, condenações da devolução de valores pagos e impossibilidade de arcar com suas dívidas tornaram o quadro ainda mais problemático e levaram a empresa a recorrer à recuperação judicial.