Golfinhos-nariz-de-garrafa têm sensibilidade a campos elétricos. É isso o que concluiu um estudo realizado por pesquisadores, que também destaca que esses animais são capazes de detectar campos de corrente contínua elétrica (CC) de até 2,4 microvolts por centímetro. A percepção é superior à dos ornitorrincos, embora ainda fique atrás da dos tubarões e raias.

Golfinhos têm pequenas covas ricas em terminações nervosas em seu rosto, conhecidas como vibrissas. Um estudo anterior já havia confirmado que elas permitem que os animais captem campos elétricos fracos, mas não forneceu nenhuma indicação sobre a intensidade que poderia ser detectada.

Pesquisadores do Zoológico de Nuremberg, na Alemanha, realizaram testes em nove piscinas com golfinhos. Uma vez por dia, dois eletrodos produziam campos elétricos fracos na água ao redor dos animais, que foram treinados para identificá-los.

Enquanto o ornitorrinco, o primeiro mamífero a ser considerado eletrossensível, pode detectar campos de 25 a 50 microvolts por centímetro, os golfinhos chegaram a captar até 2,4 microvolts por centímetro.

Segundo os autores do estudo, campos bioelétricos fracos são uma fonte confiável de informação de curto alcance para animais eletrorreceptivos passivos, pois todos os organismos produzem campos de corrente contínua elétrica na água. Esses campos são criados pelo fluxo de íons de peixes ou crustáceos.

Os predadores podem caçar usando esses campos, particularmente quando seus outros sentidos estão bloqueados. Para alguns peixes, a capacidade de detectar campos elétricos é tão essencial que eles produzem suas próprias descargas elétricas fracas, permitindo-lhes sentir uma perturbação na força criada pela movimentação de presas.

Veja o experimento realizado com os golfinhos

Campos elétricos ajudam os golfinhos a caçar

  • A descoberta dessa sensibilidade dos golfinhos intrigou os pesquisadores;
  • Isso porque esta nova capacidade dos golfinhos poderia ser inútil em função dos animais frequentemente habitarem regiões de água limpa ou cristalina;
  • O que acaba com as dúvidas é a dieta muito diversificada dos golfinhos-nariz-de-garrafa;
  • Dessa forma, segundo os autores, os animais usam, além dos cinco sentidos básicos (tato, olfato, visão, audição e paladar), a ecolocalização para detectar presas à distância e a sensibilidade a campos elétricos para caçadas mais próximas;
  • O estudo foi publicado no Journal of Experimental Biology.
  • As informações são do site IFLScience.

(Alessandro Di Lorenzo, editado por Flavia Correia)