A mãe da assassina de Isabele Guimarães Ramos, a adolescente morta com um tiro no rosto em 2020 pela “melhor amiga”, no condomínio Alphaville 1, em Cuiabá, disse que a filha “não deve nada para ninguém”.
Na época, ambas tinham 14 anos. Hoje, aos 18 anos, a assassina cursava Medicina, mas nesta semana, ela foi expulsa da Faculdade São Leopoldo Mandic, após “pressão” de algumas mães.
“Minha filha não deve nada para ninguém. Cumpriu o que foi imposto pela Justiça. Ela merece viver a vida sem esse linchamento moral”, afirmou a mãe da estudante ao blog True Crime, do jornalista Ullisses Campbell.
A mãe da assassina ainda prometeu “não deixar barato” a situação vivida pela filha, que já enfrentou outras reações negativas, como uma vez que foi a um salão de beleza e acabou sendo chamada de “assassina” por uma cliente no momento em que era maquiada para uma festa.
A expulsão da jovem, da faculdade, foi feita depois que a unidade de ensino recebeu uma denúncia feita ao Comitê de Compliance.
Em uma apuração interna, foi constatado que a presença da jovem estaria tumultuando a comunidade acadêmica e poderia comprometer a reputação da instituição, além de, no entender da faculdade, não ser compatível com a prática da Medicina.
Em 2021, a autora do disparo foi indiciada pela Polícia Civil por ato infracional análogo a homicídio doloso, com intenção de matar. Ela passou cerca de um 1 e 4 meses reclusa no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) feminino, uma unidade para menores infratores na capital mato-grossense.
Em junho de 2022, após recurso apresentado pelos pais da jovem, a tipificação foi alterada para ato análogo a homicídio culposo, quando não há o intuito da morte, o que permitiu que ela ganhasse liberdade.