A produção de grãos em Mato Grosso vai encolher em 14,4% na safra 2023/2024, com a expectativa de colher 86,4 milhões de toneladas. O comportamento climático nas principais regiões produtoras, sobretudo para soja e milho primeira safra, vem afetando negativamente as lavouras, desde o plantio. A redução da produção vem seguido de um ano recorde de produção no ciclo 2022/2023, quando Mato Grosso colheu históricos 100,9 milhões de toneladas.

Mas a realidade agora é que o atraso no plantio da soja possivelmente impactará no plantio da segunda safra de milho. As informações são do 5º Levantamento da Safra de Grãos, nesta quinta-feira (8) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A entidade, que havia sido criticada pelos produtores de soja, apontou a projeção de queda de 6,3% na produção nacional de grãos e a colheita deve atingir 299,8 milhões de toneladas.

A produção de soja em Mato Grosso estimada é de 38,6 milhões de toneladas, o que representa queda de 15,3% se comparado com o volume obtido no ciclo 2022/23. O atraso do início das chuvas, seguido por chuvas irregulares e mal distribuídas afetaram as lavouras. A projeção é também de redução da produtividade em 15,6%.

Outro importante produto que tem estimativa de menor produção é o milho. A queda na safra total do cereal deve chegar 15,1%, com a colheita de 43,4 milhões de toneladas. Da mesma forma haverá redução da produtividade em 6,9%. Nesta temporada, os produtores resolveram plantar menos o cereal, com a redução da área plantada em 8,8%, totalizando 6,7 milhões de hectares.

Com o resultado menor no maior estado produtor de grãos, também haverá reflexos nas exportações brasileiras. Conforme a Conab, os embarques devem cair em 4,29 milhões de toneladas, saindo de 98,45 milhões de toneladas para 94,16 milhões de toneladas. Além disso, a Companhia realizou ajuste estatístico na quantidade da oleaginosa esmagada, totalizando aproximadamente 53,36 milhões de toneladas. Cabe registrar que as perdas da soja no Brasil estão sendo compensadas pela recuperação da safra argentina, semelhante ao ocorrido no Rio Grande do Sul.

As vendas de milho ao mercado internacional também foram ajustadas em 3 milhões de toneladas. Com isso, os embarques do cereal devem chegar a 32 milhões de toneladas. Essa queda se explica não só pela atualização da safra estimada, bem como é influenciada pela maior oferta do grão disponível no mercado internacional, em meio à boa safra norte-americana. Já a demanda doméstica está estimada em 84,1 milhões de toneladas.

(ODOC)