O senador Jayme Campos (União Brasil) criticou a atuação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) quanto a fiscalização e política de preços da energia elétrica paga pelo consumidor, especialmente em Mato Grosso, que é um dos estados que mais produzem energia elétrica no Brasil. Neste sentido, se disse intrigado com  com o  custo exorbitante das tarifas.

“A ANEEL precisa prestar conta para o Congresso Nacional. Hoje,  isso é uma caixa preta que ninguém sabe qual que é a base de cálculo que ela faz para aumentar as tarifas elétricas do Brasil. Esse debate é um bom começo, vamos aguardar, ver o que de conteúdo para nós melhorarmos esse sistema, que na minha visão é um sistema muito claro e lamentavelmente não temos uma boa prestação de serviço”, disse o senador durante abertura do Workshop “Inovação no Setor Elétrico – O Papel das Instituições de Ensino Superior”, nesta segunda-feira (05).

O diretor da ANEEL, Ricardo Tili, rebateu as falas do senador e disse que não tem problema nenhum em esclarecer quaisquer dúvidas sobre os reajustes tarifários.

“Tarifa de energia é sempre um assunto espinhoso que as pessoas tem receio de tocar nele, eu falo abertamente sobre tarifa de energia em qualquer fórum, qualquer lugar que quiser discutir, por isso eu vou ter a audácia de discordar do senador quando ele fala que a Aneel é uma caixa preta quando fala de tarifa de energia. Não é uma caixa preta. A agência reguladora sabe que nós publicamos tudo, com a consulta pública, com toda a participação da sociedade e convido a academia a acompanhar quando tiver os reajustes tarifários”, declarou.

Jayme se disse intrigado com o fato de Mato Grosso ser um dos estados que mais produz energia no Brasil e se cobra custo exorbitante das tarifas. “Como temos abundância de energia e o preço não para de subir? –   Se está sobrando energia, por que não baixar as tarifas?”, questionou.

Por isso, o senador pediu que as universidades federais  UFMT e UFR, a Unemat e os institutos federais (IFs)  possam se debruçar sobre o assunto e apresentar um projeto de futuro para o setor, que contemple a redução do custo final da energia.

Além disso, Jayme  disse não compreender como um estado autossuficiente em produção de energia seja também incapaz de verticalizar a produção do campo, ou seja, atrair industrias para processar as remessas recordes anuais de soja, milho e algodão. Atualmente, muitos municípios estão proibidos de receber novas plantas industriais por falta de disponibilidade de energia.

(Rdnews)