LAERTE BASSO

Com a chegada do climatério, a mulher passa por um período de mudanças corporais que pode durar diversos anos. Essa transformação pode trazer desconfortos e necessidades de adaptação.

Portanto, conhecê-las é o primeiro passo para aprender a conviver com tais mudanças e superá-las. Sendo assim, vejamos algumas delas:

Aumento da gordura abdominal

Com a ausência dos hormônios femininos, o corpo muda a forma como acumula a gordura. Antes o que era depositado nas coxas e no quadril passa a se acumular no abdômen, um padrão mais comum entre os homens.

Nesta situação, é necessário estar atento à alimentação, evitando alimentos ricos em gordura e açúcar refinado, assim como, manter uma rotina frequente de atividade física. Se for possível, a mulher poderá optar por atividades aeróbicas onde existe maior gasto de colorida como por exemplo, corrida e bicicleta.

“É importante destacar que a reposição hormonal na menopausa é uma opção inteligente para aliviar a sintomática dessa fase e para devolver qualidade de vida à mulher que enfrenta tais mudanças”
Fragilidade óssea

A falta do estrogênio resulta na fragilidade óssea, despertando a atenção das mulheres para o risco aumentado de osteoporose. Com ossos mais frágeis e quebradiços se faz necessário analisar os níveis de vitamina D e cálcio no organismo a fim de melhorar a situação.

Um nutricionista poderá auxiliar nessa questão juntamente com o ginecologista, pois a alimentação saudável também é essencial neste aspecto.

Enfraquecimento de músculos e articulações

Com a diminuição do estrogênio, diminui também, a absorção do cálcio pelo organismo. O cálcio, por sua vez, interfere no fortalecimento dos músculos e articulações. Portanto, a alimentação também precisa ser monitorada para que haja evolução nesse sentido.

A estrutura física feminina apresenta enfraquecimento abrupto com a chegada da menopausa, portanto se faz necessário adotar hábitos saudáveis e outras iniciativas que devolvam a vigorosidade do corpo feminino.

Ressecamento da pele

No que diz respeito à pele, com a chegada da menopausa a mesma fica mais fina, ressecada e flácida. Essa mudança transparece no envelhecimento acentuado vivido pela mulher nesta fase da vida. A exposição ao sol também precisa de atenção, pois a pele sensível não combina com isso.

O uso de hidratantes apropriados e a diminuição do uso de água quente, precisam entrar na pauta dos cuidados com a pele, a fim de evitar que a mesma sofra ainda mais.

Queda de cabelos

Com a queda dos hormônios femininos, os hormônios predominantemente masculinos tendem a exercer maior atividade. Com isso, apresenta-se a queda anormal de cabelos, assim como, o surgimento de pelos em locais onde não existiam, como face, peito e abdômen.

Além disso, os cabelos perdem o viço e ficam mais quebradiços. Sendo assim, os cuidados com a pele, devidamente adaptados, valem para os cabelos também.

Aparecimento das ondas de calor

Os calorões (fogachos), típicos da mulher em menopausa, acontecem porque o hipotálamo é alterado devido a algumas reações químicas que acontecem no cérebro. Sendo ele um regulador de temperatura corporal, esse desequilíbrio acaba por provocar ondas de calor que vão e vem sem avisar e atrapalham, sobremaneira, a qualidade do sono.

A dilatação dos vasos sanguíneos causa inclusive a sudorese, deixando a mulher desconfortável.

Como aumentar a qualidade de vida nesta fase

“É importante destacar que a reposição hormonal na menopausa é uma opção inteligente para aliviar a sintomática dessa fase e para devolver qualidade de vida à mulher que enfrenta tais mudanças.”

Se assim o desejar, a mulher precisa consultar o seu médico com o objetivo de encontrar a melhor constituição de reposição hormonal, sendo que é necessário levar em conta seu histórico de vida e suas condições de saúde atuais.

Laerte Basso é ginecologista e obstetra, membro da Sociedade Brasileira de Endometriose e da Sociedade Européia de Endometriose e Doenças do Útero, e integra a equipe multidisciplinar do Instituto Eladium, em Cuiabá (MT)

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