O golaço marcado pelo Botafogo-SP sobre o Novorizontino, na Série B do Brasileiro de 2023, deu a Guilherme Madruga nada menos do que o Prêmio Puskás. O anúncio foi realizado durante a cerimônia da Fifa, nesta segunda-feira (15). O atleta é o terceiro brasileiro a conquistar o prêmio.

Guilherme Madruga falou após receber o prêmio e não escondeu a emoção de estar no mesmo palco dos principais jogadores do mundo.

“Hoje é um dia único na minha vida, com certeza está marcado na minha história e na memória de todos aqueles que me acompanham desde o começo da minha trajetória. Meu primeiro agradecimento é a Deus. Eu estava emprestado ao Botafogo e só queria ser comprado pelo Botafogo. Esse era meu objetivo. Eu fui comprado e já fui vendido, vou disputar pela primeira vez a Série A do Brasileiro”, disse Madruga, para completar.

“Agradeço aos meus pais, que estão no Brasil. Ao meu pai, que era chamado de louco porque dava treinos na areia para mim, hoje não vão mais te chamar de louco, estou virando um jogador profissional. A minha mãe que chorava escondida e ao meu irmão, que está aqui e sempre esteve ao meu lado, me apoiando. É um sonho que estou vivendo, estar entre os meus ídolos. Foi muito melhor do que imaginei”

No dia 27 de junho, pela 14ª rodada da Série B, Guilherme Madruga aproveitou rebote da zaga do Novorizontino e, de fora da área, acertou uma bicicleta que encobriu o goleiro Jordi. O gol deu a vitória ao Botafogo-SP no Estádio Jorge Ismael de Biasi, em Novo Horizonte (SP).

Curiosamente, Guilherme Madruga anotou um outro gol incrível pelo Botafogo-SP, que também poderia concorrer ao Prêmio Puskás. Novamente contra o Novorizontino, pela 33ª rodada da Série B, o volante recebeu atrás do meio de campo e, ao ver Jordi adiantado, bateu por cobertura, anotando um novo gol antológico.

As boas atuações pelo Botafogo-SP chamaram a atenção do Cuiabá, que anunciou a sua contratação nesta segunda-feira. Essa será a primeira vez que Guilherme Madruga vai disputar a Série A do Brasileiro.

Esse é o ápice da carreira do jogador de apenas 23 anos, natural de Campo Grande (MS). Revelado nas categorias de base do Desportivo Brasil, Guilherme Madruga defendeu o Catanduva antes de chegar ao Botafogo-SP, em 2023.

Depois de começar a temporada como reserva, Guilherme Madruga ganhou a titularidade na Série B do Brasileiro. Foram 32 partidas, com três assistências e dois gols marcados. Um deles foi quem levou o volante a conquistar o Puskás, neste início de 2024. (ESPN)

Às lágrimas de alegria, a família comemorou e parecia conquista de Copa do Mundo.

Numa aconchegante casa no bairro Center Park, região do Coronel Antonino, em Campo Grande, residem os avós do jogador nascido em Mato Grosso do Sul. Hoje com 23 anos, ele também foi criado em São Gabriel do Oeste e depois começou a rodar pelo futebol. – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

Emoção – O tempo foi passando e parecia que nunca viria a vez de Guilherme Madruga ser anunciado como vencedor. A família se abraçou, ficou de pé e esperou ansiosa. No momento do anúncio, parecia o último pênalti decisivo de uma Copa do Mundo. E a bola entrou. Guilherme se converteu no terceiro brasileiro a conquistar o prêmio. Os outros dois foram Neymar (pelo Santos em 2011) e Wendell Lira (pelo Goianésia em 2015).

Entre as lágrimas do pai, Genildo; da mãe Jurcenei; da tia Josy, do avô Manoel e da avô Juracir, Guilherme subiu ao palco e agradeceu.

“Hoje é um dia único na minha vida, com certeza está marcado na minha história e na memória de todos aqueles que me acompanham desde o começo da minha trajetória. Meu primeiro agradecimento é a Deus”, discursou Madruga ao receber o prêmio em Londres.

Durante o discurso na premiação em Londres, Guilherme relembrou que o pai já o fez correr em treinamento na areia e disse que o encarregado de obras, Genildo Mendes Gomes, de 54 anos, foi taxado de “louco”.

“Primeiramente, muito obrigado. É uma emoção muito grande. Foi eleito o gol mais bonito do mundo. É o sonho nosso agora disputar a Série A. Muita gente não acreditava. Nosso filho não foi descoberto por empresários, nós dormimos em pátio de posto. Era Genildo ‘louco’. Estamos muito felizes”, disse Genildo.

A mãe, a empresária Jurcenei Madruga, de 52 anos, estava muito emocionada e chorando. “Agradeço muito a Deus, orei muito por esse dia. Estou muito feliz. Passamos por momentos muito difíceis. O Guilherme mostrou para o mundo inteiro que é merecedor”.

Genivaldo (pai) e Jurcenei (mãe) de Guilherme Madruga emocionados após a conquista (Foto: Juliano Almeida)

Mãe de Guilherme Madruga ajoelhada no chão no momento do anúncio (Foto: Juliano Almeida)
A tia maratonista Josy Madruga já correu até na neve e viu o sobrinho ser campeão. “Foi um desafio e agora ele está colhendo os frutos. Foi uma coisa mais do que esperada. Eu estou muito feliz. É uma conquista para mim também”. Ela disse que pretende ir para Cuiabá ver a estreia de Madruga.

Em conexão com o Sportv, Guilherme Madruga conversou com a família que estava em Campo Grande. Pela voz do pai e da mãe, ele percebeu a emoção. “Sei que eles estão emocionados. Eles também sentem. Nossa felicidade. Espero que eles aproveitem”.

Guilherme Madruga estava acompanhado do irmão Gustavo em Londres. Ele voltará ao Brasil direto para Cuiabá e se reapresenta ao Dourado na quarta-feira (17). O pai e a mãe, que moram junto com o atleta, disseram que vão a Ribeirão Preto (SP) para cuidar da mudança.

Depois, vão se reencontrar em Cuiabá. No sábado (20), tem a estreia do Campeonato Mato-Grossense na Arena Pantanal, diante do Primavera Atlético Clube, às 15h30. (Campo Grande News)

Veja premiação, discurso e gol de Madruga que venceu o prêmio Puskas