“A gente fala, eles hablan“. Essa frase, usada durante a apresentação da seleção sub-23 para o Pré-Olímpico, resume a mensagem que a CBF vem passando todo dia para os jogadores: o Brasil vai encontrar um cenário duro no torneio na Venezuela, no que diz respeito às disputas de bola e às marcações da arbitragem.
Tanto que a comissão técnica não tem marcado faltas durante os treinos com bola na Granja Comary. A intenção é deixar o time “calejado”.
— É o que o Ramon vem falando com a gente, que lá o juiz não dá falta. A gente tá implementando isso na cabeça, chegando lá a gente sabe que vai ser pauleira. Estamos preparados para as condições, para tudo o que acontecer — comentou o zagueiro Michel.
O Pré-Olímpico contará com as mesmas 10 seleções do Sul-Americano Sub-20 do ano passado, disputado na Colômbia. O Brasil foi campeão com alguns jogos mais tranquilos, como a vitória sobre o Peru na primeira fase, e os triunfos sobre Equador e Venezuela no hexagonal final.
Por outro lado, houve partidas duríssimas na campanha, como o 3 a 1 sobre a Argentina na primeira fase — Mycael pegou um pênalti no primeiro tempo —, os jogos contra Paraguai e Colômbia, e o 2 a 0 sobre o Uruguai no último compromisso da competição, com os dois gols nos minutos finais. Houve confusão depois com os uruguaios.
— Sul-americano, tirando o Brasil, a pegada deles é diferente, né. Mais porrada. Nós somos mais a pelota. Agora, os caras gostam de porrada — comentou o atacante Endrick, em entrevista ao ge.
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O Brasil também enfrentou muitas dificuldades nos Jogos Pan-Americanos. A seleção sub-23 conquistou a medalha de ouro — algo que não acontecia há 36 anos —, mas venceu os EUA na estreia com um gol aos 41 minutos do segundo tempo, suportou a pressão do México na semifinal e bateu o Chile na final nos pênaltis.
— A gente sabe da grandeza do Pré-Olímpico, e o Ramon vem falando sobre isso com a gente no dia a dia, colocando isso na nossa cabeça, para que a gente tenha esse entendimento o mais rápido possível e assim chegarmos mais bem preparados — disse Michel.
O jogador que receber dois cartões amarelos em jogos consecutivos será suspenso da terceira partida. Porém, não haverá acúmulo de cartões da primeira fase para o quadrangular final, a não ser que o segundo cartão aconteça no último jogo da etapa preliminar. Quem levar cartão vermelho está suspenso automaticamente, não importa a fase.
A Conmebol divulgou o quadro de arbitragem para o Pré-Olímpico no dia 14 de dezembro. Cada um dos 10 países afiliados à confederação sul-americana conta com o seu trio de arbitragem. O do Brasil é formado por Flavio de Souza, Nailton Sousa e Luanderson de Lima.
O regulamento do Torneio Pré-Olímpico deixa em aberto a possibilidade da aplicação da tecnologia do árbitro de vídeo (VAR), em qualquer etapa da competição. Mas no informe sobre a arbitragem, não houve detalhes sobre o uso do VAR.
O Brasil no Pré-Olímpico 2024
O Brasil está no Grupo A do Torneio Pré-Olímpico de 2024, junto junto de Venezuela, Colômbia, Bolívia e Equador. O Grupo B tem Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Peru.
Desde que o técnico Ramon Menezes anunciou a lista de convocados para o Pré-Olímpico, oito nomes precisaram ser retirados. O último foi o do lateral-direito Matheus Dias.
A seleção brasileira faz os quatro primeiros jogos em Caracas, no Estádio Brígido Iriarte. A estreia será no dia 23, contra a Bolívia. O segundo jogo é contra a Colômbia, no dia 26. Depois, contra o Equador no dia 29, e por fim contra a Venezuela no dia 1 de fevereiro.
Na primeira fase, as cinco seleções de cada grupo se enfrentam, todos contra todos (uma vez). Os dois melhores de cada chave avançam para o quadrangular final, e as duas melhores seleções no geral se classificam para as Olimpíadas de Paris.
Jogos da seleção pré-olímpica na primeira fase:
- 23/1 – Bolívia x Brasil – 17h (horário de Brasília)
- 26/1 – Brasil x Colômbia – 20h
- 29/1 – Brasil x Equador – 17h
- 1/2 – Venezuela – Brasil – 20h
(GE)