O Cuiabá segue sem um substituto para Pintado. A diretoria ainda não tem um nome para comandar a equipe na sequência do Brasileirão, vê o cenário nacional de técnicos “limitado” e não descarta um profissional estrangeiro para assumir o cargo.

O histórico do clube não é de demitir treinadores. Em quase seis anos, Pintado foi o quarto profissional a ser desligado do cargo – Alberto Valentin, Itamar Schulle e Roberto Fonseca também tinham sido demitidos. E, para substituí-los, a diretoria ainda não havia cogitado um técnico estrangeiro.

Em entrevista à Rádio Grenal, de Porto Alegre, Cristiano Dresch, vice-presidente do Cuiabá, afirma que a diretoria mudou a perspectiva com que monitora o mercado.

– Olhamos para dentro do país, como olhamos para fora também. A gente vive uma crise no Brasil. Não é à toa que os treinadores estrangeiros estão conquistando mais espaços e dando resultados. Eu acho que o perfil precisa mudar, opinião minha, aquele treinador “boleirão” não tem mais espaço. O futebol hoje é trabalho, estudo, suor, acredito que seja muito mais no suor do que na inspiração, é muito mais trabalho, do que achar que vai ganhar alguma coisa conversando com jogadores – destacou.

A ideia do dirigente é encontrar um treinador que possa preencher estes requisitos, com foco na metodologia atual de trabalho do dia a dia.

– Um time como o Cuiabá, a cada jogo, é uma história. Você tem que preparar a equipe de um jeito diferente, já que vai encarar uma equipe diferente, fora de casa ou em casa. Então, a gente vive um momento em que os treinadores brasileiros precisam repensar algumas coisas – acrescentou.

Cuiabá empatou com o Inter no último jogo pelo Brasileirão — Foto: Gil Gomes/AGIF

Cuiabá empatou com o Inter no último jogo pelo Brasileirão — Foto: Gil Gomes/AGIF

Durante a entrevista, Dresch avalia de forma positiva os treinadores portugueses. No momento, quatro treinadores lusos trabalham na elite do futebol brasileiro – Abel Ferreira (Palmeiras), Vitor Pereira (Corinthians), Paulo Sousa (Flamengo) e Luís Castro (Botafogo).

– Os treinadores estrangeiros, principalmente os portugueses, não estão conquistando espaço no Brasil à toa. O trabalho que é feito tem dado resultado na prática. Não só portugueses, mas argentinos, o trabalho deles dá resultado. Nós [do Cuiabá] não tínhamos esse olhar para os treinadores estrangeiros, mas agora temos. A gente vê uma dança das cadeiras nos clubes. Alguns treinadores que estavam em determinado clube, acabam voltando. Não temos muita opção no mercado. A gente vive uma escassez – destacou Dresch.

O jornal português “A Bola” chegou a noticiar a sondagem do clube mato-grossense por Petit. O técnico, atualmente, dirige o Boavista-POR. Um outro treinador do país europeu, João Henriques, ex-Moreirense, foi ventilado.

Conforme apurou a ge, Alfredo Árias, ex-Bolivar e Deportivo Cali, foi oferecido ao Cuiabá. No entanto, segundo fonte próxima ao treinador, a diretoria do clube não abriu conversas para iniciar a negociação.

Petit, João Henriques foram ventilados no Cuiabá; Árias oferecido — Foto: Divulgação

Petit e João Henriques foram ventilados no Cuiabá; Árias oferecido — Foto: Divulgação

A reportagem procurou Cristiano Dresch para comentar sobre assunto, mas o dirigente preferiu não se manifestar.

A ansiedade da torcida contrasta com a cautela adotada pela diretoria. Sob comando do auxiliar fixo Luiz Fernando Iubel, o rendimento do time melhorou nos últimos jogos. Contudo, as vitórias não vieram no Brasileirão, prioridade absoluta da equipe, e apenas dois pontos a separam da zona de rebaixamento.

Luiz Fernando Iubel, auxliar técnico do Cuiabá, no jogo contra o São Paulo — Foto: Marcos Ribolli

Luiz Fernando Iubel, auxliar técnico do Cuiabá, no jogo contra o São Paulo — Foto: Marcos Ribolli

(Com GE)