O Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT) formalizou denúncia sobre as escalas incompletas das Unidades de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital de Referência da Covid-19 em Cuiabá. Conforme denúncia, há poucos profissionais da saúde para atender as UTIs adultas.

Após receber sucessivas denúncias, o Sindimed foi até a unidade de saúde e verificou que faltava médicos na UTI adulto, bem como a falta do médico visitador, que é responsável pela evoluções e prescrições diárias dos pacientes.

De acordo com o presidente do Sindimed, Adeildo Lucena, esses erros nas escalas comprometem a qualidade não só do atendimento, mas também põe em risco a vida dos pacientes.

Segundo explica, a norma visa que a cada 10 leitos em UTI, haja um médico responsável. Durante apuração, verificaram que a regra não está sendo cumprida. No fim de semana, a situação é mais grave.

Quando há intercorrência, eles acionam os médicos que estão de plantão ou na sala vermelha. Ou seja, tira de um setor, comprometendo o atendimento para tapar buraco de outro.

“Essas informações não são transparentes, não são publicadas. Entramos com ação civil pública na Justiça, para que a prefeitura e Empresa Cuiabana informe isso no site ou diário oficial, sobre quantos e onde tem médicos plantonistas”, conta.

Além disso, o sindicato já solicitou diversas vezes a escala de plantonistas, mas nunca obteve retorno. Eles cobram também que essa escala esteja fixada no hospital, para que todos tenham acesso.

“Eu tenho o ofício que mandamos solicitando, e o oficio que diziam que por ordem da Secretaria Municipal de Saúde, teria que remeter pra lá, para poder pedir a escala”, detalha.

Para que haja transparência no cumprimento das normas, o Sindimed entrou com uma ação na Justiça. Trata-se de Ação Civil Pública que pretende obrigar o Município de Cuiabá a tornarem públicas todas as escalas de trabalho dos médicos a serviço no setor público.

Outro lado
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que informou que os pacientes do hospital não estão desassistidos, pois um médico pode atender até 10 leitos. Além disso, pontua que nenhum paciente deixou de ser atendido por conta da falta de médicos. Veja a nota na íntegra:

 

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP) informam que:
– Não procede que pacientes internados nas UTIs do HMC e do Hospital Referência à Covid-19 estejam sendo desassistidos devido à “furos” na escala de plantão dos médicos.
– Como divulgado pelo próprio Sindimed, um médico pode atender até 10 leitos.
– No caso do HMC, quando algum médico plantonista falta ou se atrasa ao trabalho, imediatamente a empresa terceirizada é notificada para que providencie outro profissional, o que ocorre de forma pontual.
– Informam ainda que as escalas de plantão dos médicos são mensalmente encaminhadas ao Conselho Regional de Medicina (CRM-MT).
– Importante frisar que nenhum paciente deixou de ser atendido devido à falta de médico nas unidades hospitalares do Município, que trabalha para oferecer o melhor tratamento possível à população.
-Em relação ao Hospital Referência Covid-19, hoje ele conta com 20 leitos de UTI adulto e 5 pediátricos. As equipes para estes leitos estão completas, conforme preconiza a Portaria 895 de 31/03/2017 do Ministério da Saúde e a RDC Anvisa n 07, de 24/02/2010.