A derrota para a Argentina na decisão pela medalha de bronze nas Olimpíadas de Tóquio estava engasgada, mas a seleção brasileira masculina de vôlei conquistou o Campeonato Sul-Americano pela 33ª vez neste domingo. Jogando em Brasília, o time de Renan Dal Zotto bateu os hermanos por 3 sets a 1, com parciais de 25/17, 24/26, 25/18 e 25/18.

Para a decisão, Renan Dal Zotto escalou Bruninho, Lucão, Lucarelli, Vaccari, Isaco, Alan e o líbero Maique. Marcelo Mendez escalou a Argentina com Sanchez, Loser, Palacios, Palonsky, Ramos, Lima, e o líbero Danani.

O jogo começou com as duas equipes sacando forte e medindo forças no ataque. Os argentinos claramente tinham Vaccari como alvo dos saques. Com paciência, os brasileiros ganharam volume de jogo e Bruninho apostou na força de Lucarelli para abrir quatro pontos no placar: 9 a 5 que levou Marcelo Mendez a pedir tempo e pedir para o time usar mais jogadas pelas pontas. Bruninho variou bem as jogadas com Vaccari, Alan e Lucarelli, e com 20 a 13 para o Brasil, Mendez parou de novo o jogo. Com tranquilidade, o Brasil fechou o primeiro set em 25 a 17, com erro de saque de Bruno Lima.

Com belo bloqueio simples de Isac, o Brasil abriu o segundo set. A Argentina trocou Palonsky por Mendez, que foi essencial no grupo. Como no primeiro período, as duas equipes jogaram de forma parecida, com bom volume de jogo e saques forçados. Vaccari parou no bloqueio triplo e Argentina abriu 9 a 7. O Brasil não deixou os argentinos desgarrarem e o placar seguiu parelho, com os dois times se alternando na liderança do placar.

Após toque na rede de Bruninho, a Argentina abriu 18 a 16 e forçou Renan a pedir tempo. O levantador Sanchez acionou especialmente Bruno Lima, e a equipe chegou a abrir três pontos, mas o Brasil encostou em 21 a 22, e foi a vez de Mendez pedir tempo e tentar esfriar o jogo. Com 24 a 22 para os adversários, Renan pediu tempo. E com 24 a 23, o treinador argentino parou de novo. João Rafael entrou para sacar, o Brasil teve contra-ataque e Vaccari empatou o set em 24 pontos. Mas os argentinos levaram a melhor e com bloqueio de Loser em cima de Isac, fecharam em 26 a 24 e empataram o jogo.

O Brasil começou o terceiro set abrindo vantagem, e com 6 a 2 Marcelo Mendez já parou o jogo. O pedido de tempo surtiu efeito, e os argentinos empataram em 7 pontos. O rendimento do passe brasileiro caiu, e o equilíbrio marcou novamente o set. Renan mexeu no time, colocou Adriano no lugar de Vaccari e Flávio no lugar de Isac, Os ânimos esquentaram, mas o Brasil abriu três pontos de frente. Com bloqueio encaixado, o Brasil abriu 20 a 15 e forçou a Argentina a pedir tempo. Palacios parou no bloqueio triplo do Brasil, que fechou em 25 a 18.

Vaccari foi um dos destaques na final do Aul-Americano de Vôlei — Foto: William Lucas/Inovafoto/CBV

Vaccari foi um dos destaques na final do Aul-Americano de Vôlei — Foto: William Lucas/Inovafoto/CBV

Eleito melhor do jogo, Maique comemora título do Brasil: “Ganhar em cima da Argentina é sempre muito bom”

Bruno foi eleito o melhor jogador do Sul-Americano e o líbero Maique foi eleito o melhor jogador da final.

– É uma sensação indescritível estar na seleção. É muito emocionante porque a gente se dedica muito para chegar neste momento. Ganhar um clássico contra a Argentina é muito bom. Procuro botar minha alegria dentro de quadra para a energia não cair – analisou.

Sobre o ciclo olímpico para Paris 2024, que já começou, Maique ressaltou a renovação do time brasileiro.

– Temos algumas peças que estão saindo do time, mas tem muita gente nova chegando. Estou muito feliz pelo Adriano, que é uma promessa e hoje já pôde comemorar o primeiro título Sul-Americano. Tem outros caras como o Vaccari, eu, que estamos há um tempo no time. Paris é logo ali, é importante o time estar entrosado nesse ciclo olímpico mais curto – encerrou.

Lucarelli ataca diante do bloqueio argentino na final do Sul-Americano de Vôlei — Foto: William Lucas/Inovafoto/CBV

Lucarelli ataca diante do bloqueio argentino na final do Sul-Americano de Vôlei — Foto: William Lucas/Inovafoto/CBV