A Polícia Civil de Mato Grosso deve cumprir 31 mandados de prisão e de busca e apreensão na Operação Safra, realizada nesta terça-feira (6), que investiga o esquema de uma organização criminosa que furtava e roubava cargas de grãos em Mato Grosso, São Paulo e Paraná.
Os mandados judiciais são cumpridos por equipes da Polícia Civil de Mato Grosso em diversas cidades do interior de São Paulo e Paraná, onde também serão feitas as apreensões de 12 carretas.
As ordens judiciais estão em cumprimento nas cidades paulistas de Assis, Avaré, Conchas, São Miguel Arcanjo, Paraguaçu Paulista, Maracaí e Tarumã; e em Campo Mourão, no Paraná.
As investigações iniciaram na Delegacia de Paranatinga, que apurou o furto de cargas de soja ocorrido em março deste ano.
Operação Safra, que investiga o esquema de uma organização criminosa que furtava e roubava cargas de grãos em Mato Grosso, São Paulo e Paraná — Foto: Polícia Civil de Mato Grosso
A partir de outras ocorrências registradas nas cidades de Sorriso e de Ipiranga do Norte, a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Civil de Mato Grosso identificou um esquema criminoso envolvendo uma empresa de transportes, sediada no município de Assis (SP), que vem sendo utilizada para a prática dos crimes.
Durante muitos anos, o proprietário e demais integrantes vinham desviando cargas de grãos em Mato Grosso, conforme constam em mais de 40 boletins de ocorrência registrados pelas empresas proprietárias das cargas.
Conforme a apuração realizada pela Polícia Civil, o proprietário da empresa e o grupo criminoso atuam como verdadeiros ‘piratas’, entrando em Mato Grosso e furtando as cargas de grãos.
A investigação apontou que a quadrilha se utilizava das mais variadas fraudes, aproveitando-se de falhas no sistema de controle das fazendas e das transportadoras contratantes.
Depois de praticarem os furtos, voltavam à cidade de Assis levando o “espólio” arrebatado (valores em dinheiro).
O delegado da GCCO, Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, destaca que a investigação apura os crimes de organização criminosa, furto qualificado pela fraude e por concurso de pessoas, além de haver indícios da prática de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
Roubo de cargas
Com a continuidade das investigações, a Polícia Civil apurou também que a organização criminosa passou a agir no roubo das cargas, mantendo as vítimas reféns durante a ação, além de utilizarem armas de fogo.
Somente em Paranatinga, os membros da quadrilha furtaram duas cargas de soja de caminhões bitrens causando um prejuízo no montante de R$ 300 mil. Em Ipiranga do Norte, os criminosos desviaram quatro cargas completas de soja avaliadas em aproximadamente R$ 600 mil.