GABRIEL NOVIS NEVES

Foi um ótimo ano para mim, familiares e amigos.

Em abril, ganhei mais uma bisneta, a Maria Valentina.

Minhas Marias, Isabela e Regina, escreveram um livro escolar e foram promovidas com distinção para o próximo ano.

Elas também se apresentaram em piano, canto e balé em espaços culturais.

João Gabriel está entusiasmado com automóveis de alta velocidade e demonstra talento para a música, especialmente na bateria.

Lourenço, meu bisneto português que mora em Portugal, veio passar o Natal com a família e rever os priminhos.

Ele expressou o desejo de morar aqui e pediu Maria Isabela em namoro.

Minha única neta solteira, Nathalia, casou-se com Lucas, seu colega de turma de medicina.

Meu filho, o médico Fernando Gabriel, recebeu uma condecoração do CRM de Mato Grosso.

Minha neta Isabelle inaugurou seu novo apartamento, e minha filha, sua nova casa.

Meus filhos, netos e bisnetos viajaram bastante, acumulando mais horas de voo do que o patriarca.

As festas de Natal foram na casa da minha filha, reunindo familiares e amigos para a chegada do Papai Noel, para a alegria das crianças.

Foi um ano de muita saúde para todos, embora tenha começado com um grande susto.

Em fevereiro, estive internado na UTI de um hospital da cidade com septicemia, causada por infecção urinária e pulmonar.

O tratamento com antibióticos foi administrado por via intravenosa no braço esquerdo, com acesso guiado por ultrassom.

Passei quatro dias na unidade de tratamento intensivo, sem conseguir dormir e comendo muito pouco.

Em certa ocasião, ofereceram-me uma xícara de café com leite morno.

Pedi para aquecerem mais, mas, ao retornarem, derramaram o líquido fervendo no meu peito, causando queimaduras que deixaram manchas na pele por um bom tempo.

Tomar banho na UTI era uma verdadeira batalha, devido às dificuldades de locomoção.

Recusei o banho com compressas úmidas.

Recebi alta hospitalar e continuei o tratamento com antibióticos em casa, contratando uma empresa particular para o serviço.

Fui muito bem atendido nessa minha experiência na UTI durante alguns dias.

Quando implantei a prótese na válvula mitral em São Paulo, fiquei apenas 24 horas na UTI, sem infecção, e logo obtive alta hospitalar.

Nas minhas três outras internações hospitalares, não houve necessidade de unidade de tratamento intensivo.

No meio do ano, descobri que estava com Covid, apesar de ter tomado todas as vacinas.

Por sorte, encontrei o antiviral no SUS de Cuiabá.

Com ajuda de Deus, a infectologista Giovana e a pneumologista Karime salvaram minha vida.

Com esse percalço, ganhei mais uma cuidadora.

Passei o ano bem e cheguei ao final de dezembro em excelente estado, segundo os especialistas.

(*) GABRIEL NOVIS NEVES é médico e ex-reitor da UFMT.

FONTE: https://bar-do-bugre.blogspot.com/

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias Cuiabano News