O Dia da Consciência Negra (20 de novembro) se aproxima e é importante lembrar que a população de Mato Grosso é 60% afrodescendente. Para marcar a data e exaltar a contribuição dessa negritude em todo o Estado, vem aí o X Kalunga, um evento que já é tradicional, realizado anualmente, pela Unemat, na praça dos Trabalhadores, no Centro de Juara (MT). Começa já nesta sexta-feira (15), com apresentações culturais, feira de trabalhos artísticos e artesanatos, exibição de vídeos, documentários, roda de capoeira, desfile afro-indígena e vasta programação que se estenderá até sábado (16).

“Um momento muito bonito e forte, de combater sim o racismo, que isso deve ser feito a todo tempo, em todo o país, mas principalmente de perceber o quanto é rica essa nossa herança africana”, ressalta a coordenadora Lisanil Conceição Patrocínio Pereira, que é a professora doutora da Unemat.

Ela lembra que o destaque do Kalunga este ano é a disseminação das leis 10.639/03 e 11.645/08, que preconizam o ensino da história da África nas escolas. “Leis essas que já estão em vigência há mais de 15 anos e ainda não são cumpridas amplamente, porém sabemos que as grandes transformações são forjadas na sala de aula, então as escolas precisam se adaptar, rever seus currículos e nos ajudar a avançar nessa questão”, propõe Lisanil.

O X Kalunga será realizado em conjunto com a 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) 2024, que irá discutir “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais”.

Alguns dos trabalhos que serão expostos no evento são inclusive de iniciação científica, de autoria de alunos de escolas públicas, bolsistas júnior do CNPq, que participaram da 3ª Olimpíada Nacional e 4ª Mostra Científica de Povos Tradicionais, Quilombolas e Indígenas do Estado de Mato Grosso, no mês de outubro em Cuiabá.

A coordenadora do Kalunga afirma que toda essa movimentação cultural que o evento proporciona contribui para fortalecer o compromisso político de erradicar a discriminação contra os descendentes de africanos e indígenas em toda a região de Juara, contribui também para promover o respeito à diversidade e a valorização dessa herança étnica histórica e cultural, inclusive religiosa.

Kalunga, que dá nome ao evento, é tido como um espírito sábio, também chamado de “pretos-velhos”, na Umbanda. O objetivo de nomear o evento assim é expressar respeito a todas as manifestações de fé, incluindo as de matriz africana, tantas vezes discriminada.

Neste sentido, o evento Kalunga é uma atividade multicultural da Unemat, que dialoga com a ciência, a Educação, as tecnologias, o humano, alinhando o passado, o presente e o futuro.

Programação Completa

15/11/24 – Local: Praça dos Trabalhadores

8h às 18h –
Exposição de material didático em Tendas pedagógicas. Haverá tendas com alimentação.

19h – Abertura oficial do evento, composição da mesa de autoridades e Hino Nacional

19h30 às 20h – Apresentações da casa de umbanda Mãe Maria
Apresentações culturais da Terra Indígena Apiaká-Kaiabi.

16/11/24 – Local: Praça dos Trabalhadores

8h às 12h – Atividades da Capoeira

12h às 14h – Almoço

14h às 18h – Exposição nas tendas de artesanatos indígenas; pinturas corporais; danças indígenas, trabalhos produzidos pelas escolas, universidade e comunidade.

14h às 18h – Roda de conversa: Apresentação de relatos de experiência das produções da universidade, das comunidades indígenas.
Coordenação: Profa. Dra. Lisanil da Conceição Patrocínio Pereira.

18h às 19h – Jantar

19h às 23h

*Apresentações culturais.

*Homenagem a uma identidade negra do Vale do Arinos

*Grupo de pagode de Sinop