O deputado estadual Wilson Santos (PSD) está cobrando do Governo de Mato Grosso e da secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico explicações sobre o empréstimo de R$ 55 milhões, via Fundo Constitucional de Financiamento do Centro Oeste (FCO), concedido à empresa Caramuru Alimentos S/A, no início do mês de março deste ano.
Em 2016, a empresa foi denunciada à Delegacia Fazendária, pelo próprio parlamentar, por pagamento de propina a fiscais de tributos, crime confessado por seu proprietário, Alberto Borges de Souza, no curso da “Operação Zaqueus”, da Defaz. Ele confirmou o pagamento de uma espécie de “mesada” aos fiscais tributários André Fantoni, Alfredo Menezes e Farley Moutinho para que reduzissem o valor de multas aplicadas à empresa.
No requerimento, aprovado em sessão da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (22), Wilson Santos pergunta: “quais os requisitos para que uma empresa seja beneficiada com empréstimos de FCO?” e “no caso de empresa inidônea, o que é preciso fazer para obter esse benefício?”
“Sete anos depois de toda esta malandragem da Caramuru, eis que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, através do Conselho de Desenvolvimento Econômico, analisa a documentação e autoriza um empréstimo de R$ 55 milhões para a Caramuru. [..] É o que dizia o saudoso Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver o mal vencer o bem, o homem vai chegar ao tempo que vai ter vergonha de ser honesto””, disse o deputado na tribuna.
“Neste país, infelizmente, o desrespeito ao dinheiro público tem final feliz; mudam até o passado. Quero dizer ao líder (de governo) Dilmar Dal Bosco (União) que apresentei hoje, e o plenário aprovou o requerimento, para que o secretário César Miranda explique como é que a Secretaria dele e o Conselho que ele preside não tinham conhecimento de que esta é uma empresa inidônea”, completou Wilson.
(Robson Fraga / Da Assessoria)