O PSB corre o sério risco de ficar sem representatividade alguma na eleição majoritária deste ano, em Mato Grosso.

Ainda não foi batido o martelo quanto à indicação da agremiação para a segunda suplência do senador Wellington Fagundes (PL), candidato à reeleição.

A maior dificuldade em selar o “acordo” é porque a agremiação defende a eleição do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, inclusive, indicou o ex-governador Geraldo Alckimin como candidato a vice.

Wellington, por sua vez, é o maior defensor da reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), no Estado.

O senador, inclusive, revelou que não participou de nenhuma articulação a fim de atrair o PSB para o seu arco de alianças.

Ele ainda acrescenta que está tendo dificuldades em obter o aval de seus aliados para abrir a segunda suplência à sigla comandada pelo deputado estadual Max Russi, presidente do PSB em Mato Grosso.

“Até o dia da convenção, não existia essa situação com o PSB, foi uma coisa nova. Não fui eu, eu não participei disso. É um entendimento que não é meu”, disse.

O parlamentar afirmou que a composição foi articulada pelo governador Mauro Mendes (União Brasil) e pelo vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), na última sexta-feira (5), após convenção partidária.

Wellington Fagundes afirma que está com dificuldades para chegar a um entendimento com seus aliados sobre essa situação envolvendo o PSB, especialmente pelo fato de o projeto principal do PL ser a reeleição de Bolsonaro.

“Tudo isso tem que ser levado em consideração. Não tem campanha ganha antes da hora. Então, a gente tem que ter muito cuidado, ouvir o sentimento dos companheiros, dos partidos, da população. É uma campanha à reeleição, isso exige muito unidade de todos”, afirmou

O indicado do PSB para a segunda suplência de Wellington é o produtor rural Diógenes Jacobsen (PSB), da região do Médio Norte, com foco no polo de Nova Mutum.

Até a semana passada, a agremiação tinha a médica Natasha Slhessarenko (PSB) como candidata ao Senado.

A expectativa da sigla era de que Mauro Mendes adotasse o palanque aberto, na disputa pelo Senado, mas o governador optou por fechar aliança com o PL, que tem Wellington como candidato a reeleição.

Com isso, o palanque da base governista acabou ficando fechado, inviabilizando a candidatura de Natasha ao Senado.

O fato fez com que o PSB abrisse diálogo com o grupo de esquerda, liderado pela Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB), pois a Executiva Estadual acabou pressionada pela cúpula nacional, devido à aliança formada em prol da candidatura de Lula à Presidência.

Sem acordo com o grupo de esquerda, a médica acabou recuando de sua candidatura. e o partido hipotecou apoio à reeleição de Mauro Mendes, que se comprometeu a abrir a segunda suplência do parlamentar liberal para a sigla.

“Falta entendimento. A gente tem várias analises a serem feitas. Conversei com o governador, ele me trouxe várias análises, muito mais dele do que minha. Porque, na verdade, essa situação do PSB não teve nenhuma participação minha”, completou Wellington Fagundes.