Antônio Vieira, ou Padre Antônio Vieira, nasceu em Lisboa, no dia 06 de fevereiro de 1608, para fazer história em terras brasileiras. Da era barroca, filósofo, escritor e incomparável orador, além de pertencer à Companhia de Jesus foi personagem de grande influência política do século XVII. Primogênito de família humilde de quatro filhos, releva considerar o fato de ter sido brilhante aluno do Colégio Jesuítas de Salvador/BA.

Padre Vieira viveu na época em que a escravidão e a exploração eram modelos naturais de uma realidade econômica e humana cruéis. Todavia, militou a defender os direitos indígenas e enfrentou a opressão e a exploração. Em tupi, recebeu o nome de ‘Paiaçu’, ou Grande Padre/Pai. Quanto aos judeus, lutou para que não houvesse distinção, com a eliminação dos vernáculos cristãos-novos (judeus convertidos) e cristãos-velhos (famílias católicas tradicionais), herança da inquisição, criticando os próprios sacerdotes.

Leia Também:

– A Vida como Deve Ser

– A Vida como Deve Ser

– A Força Insondável da Condição Humana

– Dom Aquino Corrêa 

– Filosofia…

A Biografia de Dom Aquino Corrêa, em poesia

– Racionalismo e Existencialismo

– Ética na Inteligência Artificial

– Navegando nas Profundezas do Ser

– Linguagem Jurídica..

– Memórias…

– O poder 

– As Escolhas no Labirinto Existencial

– O Ego

– Os Pensadores da Civilização XIII

– A Existência Humana

– A Existência e os Propósitos da Vida

– Filosofia da mente

– Os pensadores da civilização V

– Há sentido na existência?

– Heidegger e Sartre

– Valer a pena…

– Admirar ou fanatizar?

– Dignidade humana

– Copa “sui generis”.

– Vida, sem sentido?

– Fatos fakes

– Não se deixe enganar!

– Ser feliz?

– Enxergar…

– PodBedelhar

– Conectados…

– A esperança de esperançar…

– Estado e Igreja 

– Direito à ironia

– Lutemos todos!

– Conhecimento em si

– Curupira, Pai do Mato, Caipora, cadê você?

– As flores estão alegres

– Felicidade pós liberdade

– A vida como ela é…

– Férias como reflexão

– O que te aprisiona?

– Viver melhor!

– O Kardec brasileiro

– Criminalidade

– De quem é a culpa?

– Liberdade como possibilidade

– Dia do rádio!

– No tempo dos sábios…

– Dualidade invisível

– Autonomia moral

– Existir e ser

– Paz e guerra

– A um passo da felicidade

– Os que lutam, a glória

– Humanos conceitos

– Os modelos mentais!

– Momentos de delírios…

– Política, moral e sanção

– Identidade social

– Toda honra, toda glória!

– Deus existe?

– Verdade? Não, fofoca

– Dignidade

– Fatos e ilusões!

– Súditos…

– Quem somos?

– Democracia e constitucionalismo

– Modernidade implacável

– Espinhos…

– Pensar e existir

– Verdade sobre si mesmo

– Corpos não mentem

– Fígado saudável, alma que suporta…

– Uma lógica, apenas!

– O mito da imparcialidade

– Versos e verdades

– Os Santificados…

– Mitos e verdades

– Direito e moral

– O real e o sonhado

– Verdade e consequência

– Ética e autenticidade

-Caráter e destino

– Sejas

-As cigarras!

-Se viver, verá!

-Mal, por misericórdia

-Intuição, valores

-Viver e melhor

-Qualquer pensamento, qualquer existência

-Um sonhador!!!

-Cuidado

-Eles Vivem?

-Paz e amor

-Consciência, de Chico

-Felicidade, a quem?

-Somos, missão e dever!

-Liberdade como pena

-Alegria, alegria…

-Do pensamento, felicidade!
-Sou por estar

-Liberdade sem asas

-Utopia para caminhar…

-Amar, de menos a mais
-Ouvir e calar
-Rir e chorar
-Somos e sermos…
-Violência circular
-Dever para com o povo
-A verdade que basta

O “estalo de Vieira” (lembram?) foi marcado por um episódio que, segundo o próprio escritor, aconteceu ainda na adolescência, o qual “clareou’ a sua vida”. A história narra que uma forte dor de cabeça o acometeu e, após o dolorido episódio, passou a entender e estudar com maior facilidade, se destacando em todas as suas ações como pessoa de extrema inteligência. As suas obras se destacaram especialmente no cenário barroco, escola literária da qual fez parte, sendo leitura obrigatória na formação de jovens e adultos. É dele: “Todas as guerras deste mundo se fazem para conseguir a paz.”

Ingressou na Companhia de Jesus depois de completar o noviciado no ano de 1626, lecionando sobre humanidades e retórica. Também conhecida como ‘Ordem dos Jesuítas’, a Companhia de Jesus foi fundada em 1540 pelo Papa Paulo III, sendo a congregação religiosa a valorizar a fé católica e com grande envolvimento com a educação, se perfazendo em ordem a qual pertencem sacerdotes que fizeram história, inclusive o Papa Francisco.

Ficou conhecido como evangelizador e salvador das almas dos aborígenes. O trabalho forçado dos indígenas foi combatido duramente por ele que falava pelo menos sete idiomas dos nativos, se indispondo com a classe mais abastada. Disse: “Quem quer mais que lhe convém, perde o que quer e o que tem.” Chamado de “o imperador da língua portuguesa” por Fernando Pessoa, tem em sua conta literária correspondências, textos poéticos, peças de teatro e sermões. Crítico e polêmico, usava de suas obras, principalmente dos famosos “Sermões”, como forma de falar dos excessos da Inquisição.As obras mais lidas são “Sermão de Santo Antônio aos Peixes” e o “Sermão da Sexagésima”.

Ainda, fazia questão absoluta de escrever e ser entendido para que as palavras chegassem e ecoassem em um público mais ampliado, se antecipando em responder futuros questionamentos. A mensagem transmitida por ele, principalmente em tempo de muito sofrimento para determinados segmentos da sociedade, o fazia evitar uso de linguagem direta, tendo preferência que os seus interlocutores dessem asas ao pensamento.

Padre Antônio Vieira jogava com as palavras através do gongorismo. Conseguia mesclar a visão medieval e a renascentista pelo fusionismo. Fazia uso de antíteses e paradoxos. Cultuava o contraste com a oposição das ideias, visto ser pessimista. Usava da hipérbole e sinestesia com a fugacidade do tempo. Combinava as suas ideias com o conceptismo e o quevedismo. Criticava a vaidade e estava à serviço da fé com a temática religiosa.

Era de seu costume dar valor ao momento: “Carpe diem”. E não por menos, antes de falecer, em agonia, perdeu a voz que tanto fez eco, silenciando seus sermões e discursos.Morre na Bahia, em 1697, aos 89 anos, deixando cerca de 700 cartas e 200 sermões.

Fiquem com uma das suas mais belas citações: “Para falar ao vento bastam palavras, para falar ao coração são necessárias obras.”

É por aí…

 

 

*GONÇALO ANTUNES DE BARROS NETO (Saíto)   é formado em Filosofia e Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); é membro da Academia Mato-Grossense de Magistrados (AMA), da Academia de Direito Constitucional (MT), poeta, professor universitário e juiz de Direito na Comarca de CuiabáE é autor da página Bedelho Filosófico (Face, Insta e YouTube).

E-MAIL:                    antunesdebarros@hotmail.com   ou    podbedelhar@gmail.com

 — — — —

CONTATO:               bedelho.filosofico@gmail.com

 — — — —

FACEBOOK:             www.facebook.com/bedelho.filosofico