A Câmara Municipal de Cuiabá voltou a falar sobre o suposto envolvimento da facção criminosa Comando Vermelho no Poder Legislativo. Nesta terçafeira (11), o vereador Jefferson Siqueira (PSD)
cobrou colegas Rafael Ranalli (PL) e TenenteCoronel Dias (Cidadania) para que cumpram a promessa de divulgar os nomes dos envolvidos em supostas ligações com o crime organizado.
Siqueira enfatizou a necessidade de que os autores das acusações apresentem provas concretas ou se retratem publicamente. Ele relembrou promessas anteriores de que nomes seriam revelados.
“Em relação aos vereadores Ranalli e Tenente Coronel Dias, eles terão a oportunidade, no mínimo, de vir a público e também se retratar até porque eles disseram que dariam nomes. ‘Dia primeiro quando eu assumir, vou lá, vou fazer a denúncia, vou dar nome aos bois, porque eu sou isso, sou aquilo’, e não fizeram nada”, ironizou.
As declarações dos legisladores ocorreram em outubro de 2024, logo após o segundo turno da eleição municipal, momento de crescente preocupação com a influência do crime organizado na política cuiabana após o prefeito Abilio Brunini (PL) lançar a suspeita de infiltração de facções criminosas na Câmara Municipal durante a eleição da Mesa Diretora, quando Siqueira concorria contra Paula Calil (PL).
Siqueira, que à época chegou a dizer que a situação estaria destruindo sua vida e seu casamento, inclusive ingressou com um pedido de interpelação no STF (Supremo Tribunal Federal) para que Brunini desse os nomes, afirmou que, caso não haja uma retratação, medidas disciplinares poderão ser adotadas, principalmente após o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) revelar que investiga 22 candidatos por suposto financiamento de campanha, mas afirmas que nenhum é da Capital.
“Acionar a Comissão de Ética para que essa situação se transforme em um processo administrativo para que eles possam, no mínimo, entender que todos nós somos iguais e que o respeito é bom e cabe em todo e qualquer lugar. Daremos a oportunidade para que eles possam vir a público se retratarem. Caso não se retratarem, a gente vai tomar uma medida mais severa até, porque essa casa é uma casa de leis, tem que ter respeito e responsabilidade naquilo que falamos e fazemos”, enfatizou.
Por outro lado, a presidente Paula Calil se esquivou da polêmica e afirmou que a questão é de polícia e que não possui informações sobre os nomes dos supostos envolvidos. “Essa é uma questão de polícia, é uma investigação da polícia. Eu não tenho informações sobre isso. Houve realmente um comentário antes por parte de um vereador [Rafael Ranalli] e ele é policial, é o papel dele, eu não sei… ele nunca falou nomes. Não sei os nomes. Não tenho informações sobre isso”, amenizou.
Ao ser pressionada pela imprensa, Calil disse que era melhor questionar Ranalli sobre o tema. “O que ele comentou foi que ele formalizou uma denúncia, aí cabe você perguntar a ele as informações, quem foi a pessoa que ele denunciou, quem foram as pessoas… eu não sei porque, conosco, ele não comentou. Eu não sei os nomes e ele não deu informação”.
(Folha Max)