Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega para a rodada #20 do Brasileirão. Nesta edição, compara o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e também nos últimos seis jogos independentemente do mando, considerando as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 69.133 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 2.841 jogos de Brasileirões desde 2013 que servem de parâmetro para entender a produtividade atual de cada equipe. Obrigado pela leitura. Ótimo jogo!

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Athletico-PR

  • O Athletico-PR é o quarto pior mandante do Brasileirão (3V, 3E, 4D, 40%), mas o Fortaleza é o 14º visitante (1V, 4E, 3D, 29%). Nos últimos seis jogos, o Fortaleza teve melhor desempenho, no entanto. A vantagem do Athletico-PR está na defesa, a sexta melhor mandante, com oito gols sofridos em dez jogos (média 0,80), que não levou gol em mais da metade dos jogos em casa no bimestre.
  • Mas a defesa do Fortaleza também tem sido consistente, mesmo fora de casa, a segunda melhor visitante no Brasileirão com média de um gol sofrido por partida. Mas esse gol sofrido é um problema, pois a média do ataque quando visitante é de 0,88, a quarta pior da competição.
  • A bola aérea tem ganho protagonismo no ataque do Athletico-PR, que fez dessa forma seis dos últimos dez gols contra dez dos últimos 20 (50%). Questão é que o Fortaleza também vem dominando melhor seu espaço aéreo e a média de 50% de gols sofridos pelo alto (dez dos últimos 20) caiu para 40% (quatro dos últimos dez).
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Favorito >> São Paulo

  • Lanterna com 23,5% dos pontos no Brasileirão, o Goiás é visto como adversário frágil, daqueles contra quem uma vitória tem menos valor para o torcedor. O momento é ruim, mas dos últimos cinco jogos com mando do São Paulo pela Série A, o Goiás venceu quatro e só perdeu um. O São Paulo tem o terceiro melhor aproveitamento mandante do Brasileirão (5V e 3E, 75%).
  • O São Paulo é o quarto mandante que mais finaliza, média de 16 conclusões por jogo, e recebe o visitante que mais sofre finalizações, média de 19,5. Embora o São Paulo venha de dois jogos seguidos fazendo quatro gols, quando mandante no Brasileirão faz um gol a cada 10,7 finalizações, e o Goiás fora de casa leva em média um gol a cada 11,1 finalizações que sofre.
  • É um jogo para gols a partir de jogadas aéreas porque tanto na defesa quanto no ataque, São Paulo e também o Goiás fizeram seis dos últimos dez gols dessa forma sem contar pênaltis e faltas diretas. O São Paulo tem dado sorte nos pênaltis e em cinco que cometeu, não levou gol. O Goiás tem a maior média de pênaltis a favor na competição e fez os três que cobrou.
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Favorito >> Atlético-GO

  • Tanto o Atlético-GO em casa quanto o Corinthians fora têm apenas 37% de aproveitamento de pontos no Brasileirão. Os goianos venceram duas, empataram quatro e perderam três; os paulistas, venceram três, empataram duas e perderam cinco.
  • Embora o Atlético-GO precise em média de 10,7 finalizações para conseguir um gol em casa, é o sétimo mandante que mais finaliza, com média de 14,3 conclusões por partida. É favorito embora o Corinthians seja o quarto visitante que mais resiste a conclusões dos mandantes, levando um gol a cada 12,7 finalizações que sofre.
  • Um problema para o Corinthians quando visitante é que a equipe finaliza pouco, a quinta que menos conclui em gol, com médias de 9,5 finalizações e um gol por partida, mas o Atlético-GO também tem seus problemas defensivos e, na média, leva em casa um gol a cada 8,8 finalizações que sofre. Mas o Atlético-GO fechou seu espaço aéreo e só levou pelo alto um dos últimos dez gols que sofreu. O Corinthians fez pelo alto quatro dos últimos dez gols.
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Favorito >> Palmeiras

  • O Vasco vem de vitória sobre o Caracas, pela Sul-Americana. Importante porque vinha de cinco jogos em casa sem vitória (três derrotas e dois empates). No Brasileirão, é apenas o 15º mandante (3V, 2E, 3D, 46%).
  • Entre os mandantes, o Vasco é o terceiro que menos finaliza (média 10,8), mas é o oitavo que precisa de menos finalizações para marcar (média 9,6). A equipe deve encontrar dificuldades, pois além de o Palmeiras ser o quarto visitante que menos finalizações permite aos mandantes (média 11,4) é também o segundo que exige mais finalizações dos mandantes para que marquem (12,9 tentativas).
  • Fora de casa, o Palmeiras vem de duas vitórias após duas derrotas. No Brasileirão, tem a segunda melhor campanha visitante (4V, 3E e 2D, 56%) baseada na melhor defesa visitante (oito gols sofridos em nove jogos, média 0,89) e em contra-ataques: é o terceiro visitante que mais contra-ataca, com 17 finalizações e média de 1,89 por jogo. Já fez cinco gols assim, mas só um quando visitante.
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Favorito >> Internacional

  • Será interessante perceber se o Internacional irá mudar suas características ofensivas: o Coritiba tem a defesa que proporcionalmente mais obriga os adversários a finalizarem de fora da área (52%), mas o Internacional é a segunda equipe que mais finaliza de dentro da área (60%). Quem vai impor seu estilo?
  • O Internacional é o segundo melhor mandante do Brasileirão (6V, 3D, 0D, 78%), e o Coritiba, o 15º visitante (2V, 2E, 6D, 27%). A precisão é o segredo do Inter, apenas o 14º mandante em média de finalizações, mas o segundo que menos precisa delas para fazer um gol (a cada 6,4). Quando visitante, o Coritiba sofre 14,8 finalizações em média e um gol a cada 8,2, sétima pior marca.
  • Com a fragilidade defensiva, tem sido preciso o Coritiba ser preciso no ataque. É o sexto visitante que precisa de menos finalizações para marcar, a cada 9,4 tentativas, mas só consegue 10,3 conclusões por jogo (13ª marca), um problema pois o Inter exige em casa uma média de 15,8 finalizações para que os visitantes consigam um gol, quarta melhor marca defensiva entre os mandantes.
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Favorito >> Santos

  • A vantagem estatística do Bragantino é pequena por ser o quinto mandante que menos resiste a ataques e sofre um gol a cada 8,5 tentativas dos visitantes. O Santos é o quinto visitante que precisa de menos finalizações para marcar (9,2). Além disso, o Santos fez seis dos últimos dez gols pelo alto, e o Bragantino sofreu o mesmo em jogadas aéreas, uma desvantagem.
  • O Santos é o terceiro melhor visitante do Brasileirão (4V, 2E, 3D, 52%) e um dos motivos para estar em desvantagem no modelo estatístico é ser a sexta equipe que mais sofre finalizações em contra-ataques (foram 28, média de 1,47). Só que fora de casa, ainda não levou gol assim. O Bragantino é especialista, a equipe que mais finalizou em contragolpes (55 e média de 2,89 por partida) e a terceira que mais marcou (cinco gols, três deles em casa).
  • E o Santos é o sexto visitante que mais exige finalizações para que os mandantes consigam marcar (a cada 11,6 tentativas). O Bragantino em casa precisa de 10,8 finalizações em média para conseguir um gol, 14ª marca e é o sexto mandante que mais finaliza, em média 15,6. Espera-se equilíbrio, mas o Santos vem bem como visitante.
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Favorito >> Empate

  • O Atlético-MG está invicto em casa e é o melhor mandante da competição (7V, 2E, 0D, 85%). O Flamengo é o melhor visitante (6V, 2E, 2D, 67%). Consideradas todas as competições, nos últimos seis jogos como visitante, o Flamengo não perdeu (4V, 2E), mas a invencibilidade do Atlético-MG em casa é maior, 14 jogos. Em toda a temporada, o Atlético-MG só perdeu um jogo em 17 como mandante, embora venha de dois empates em casa após 12 vitórias consecutivas.
  • Jogo com potencial para gol em contra-ataques. No Brasileirão, o Atlético-MG é a terceira equipe que mais fez finalizações assim (foram 30 e média de 1,67 por jogo) e já marcou seis gols em contra-golpes, todos quando mandante. Ninguém fez mais. Embora o Flamengo só tenha levado um gol em contra-ataques, foi quando visitante, e é o quinto que mais finalizações sofre assim (29, média 1,53).
  • E embora o Flamengo só tenha feito um gol em contragolpe, foi como visitante que marcou e já fez 29 finalizações. A média 1,53 por jogo é a sexta maior marca. O Atlético-MG é o time mais exposto a contra-ataques, tendo sofrido 39 finalizações, média 2,17 por partida… Mas é mais difícil contra-atacar o Atlético-MG quando ele é mandante: sofreu 13 finalizações em casa e não levou gol assim.
  • O Atlético-MG é o mandante que mais finaliza (média de 18,8) e faz um gol a cada 8,1 chances. Quando visitante, o Flamengo sofre em média 14,6 finalizações por jogo e sofre um gol a cada 10,4, décima marca visitante. A equipe carioca fora de casa tem a quinta maior média de finalizações por jogo (12,6) e consegue um gol fora de casa a cada 6,6 tentativas, melhor marca visitante.
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Favorito >> Bahia

  • O Bahia é apenas o 12º mandante do Brasileirão (4V, 1E, 4D, 48%), mas o Botafogo só venceu um jogo fora de casa (1V, 6E, 1D, 38%) e é o nono visitante principalmente porque se fecha na defesa, o quinto que mais resiste a finalizações (os mandantes precisam de 12,1 tentativas para marcar). Terá um desafio pela frente porque o Bahia só precisa de 8,6 finalizações em casa para marcar, sexta marca.
  • Ofensivamente, o Botafogo também terá um desafio, já que em média precisa de 10,8 finalizações para fazer um gol quando é visitante, conseguindo em média 12,1 chances por partida, sétima marca. O Bahia vem embalado por goleada que o classificou na Sul-Americana, e no Brasileirão só permite aos adversários um gol a cada 9,7 tentativas, sofrendo 14 por jogo.
  • Ao menos teoricamente, é um jogo para gol em jogadas rasteiras, já que o Botafogo só fez três gols a partir de bolas aéreas entre os últimos dez sem contar pênaltis e faltas diretas, e o Bahia fez quatro. O time da casa sofreu quatro, e o visitante cinco gols pelo alto entre os últimos dez.
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Favorito >> Fluminense

  • Quarto melhor mandante do Brasileirão (6V, 3E, 1D, 70%), o Fluminense tem o segundo melhor ataque caseiro, com 19 gols marcados e média 1,9 por jogo. O Fluminense tem a excelente marca de um gol a cada 5,8 finalizações em casa, a melhor dos mandantes.
  • O Grêmio tem a segunda melhor defesa visitante e só levou nove gols (um gol por jogo). É o terceiro visitante que menos permite finalizações (10,8) aos adversários. Ainda assim é quase o dobro do que o Fluminense, em média, precisa para fazer um gol em casa.
  • Outro dado que empurra o favoritismo para o Fluminense é o jogo aéreo: a equipe faz 70% de seus gols dessa forma, e o Grêmio sofre 70% de gols também com a bola viajando pelo alto. Há um grande potencial para a equipe carioca marcar assim. O Grêmio fez seis dos últimos dez gols pelo alto, mas o Fluminense vem controlando seu espaço aéreo e só levou três dos últimos dez gols pelo alto.
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Favorito >> Ceará

  • O Ceará é o quinto melhor mandante do Brasileirão (5V, 2E, 2D, 63%), e o Sport tem apenas a 12ª campanha visitante (2V, 3E, 5D, 30%). O Ceará faz 14 finalizações por jogo em casa, oitava média, e um gol a cada 10,5 (décima marca). A defesa do Sport sofre 18 finalizações por jogo fora de casa, segunda pior média, mas tem exigido 12,9 tentativas para que façam um gol, terceira melhor marca.
  • Quando visitante, o ataque do Sport tem sérias dificuldades: é o que menos finaliza (8,2 vezes em média) e o 14º que precisa de mais tentativas para colocar a bola na rede (11,7). Pode se dar bem nesta partida porque o Ceará em média leva um gol em casa a cada 10,2 finalizações, 11ª média.
  • Com esse pano de fundo, o Ceará só não é mais favorito porque desde o ano passado tem um problema crônico para se defender de jogadas aéreas, levou 70% dos últimos dez e 20 gols dessa forma, e o Sport fez 70% dos últimos dez gols assim e 60% dos últimos 20. Vai ser difícil a defesa do Ceará resistir à pressão aérea que o Sport fará nessa partida.

Metodologia

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 69.133 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 2.841 jogos de Brasileirões. Para esta temporada, passamos a considerar os jogos realizados desde a edição de 2013. Além de a base de dados ter sido ampliada em uma temporada, também passamos a considerar a altura dos goleiros que sofreram cada uma dessas finalizações, a diferença de valor de mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização, além do ângulo e da distância entre a bola em cada conclusão e o gol em si.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo período de tempo (o jogo).

Resultado

Favoritismos acertou 78 resultados em 175 partidas analisadas, aproveitamento de 45%.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Bruno Saldanha, Caio Carvalho, Caio Tatesawa, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Leandro Silva, Roberto Maleson e Valmir Storti.  (Globo Esporte)