Veja quais equipes têm mais chances de vencer na rodada do Brasileiro

• O Ceará vem de empate com o Santos na Vila Belmiro pela Copa do Brasil, mas embora na temporada seja a quarta defesa visitante com maior percentual (48%) de jogos sem levar gols, no Brasileirão sofre 15,6 finalizações por jogo, terceira pior marca, e um gol a cada 8,3 (14ª marca). Pela média, é a segunda mais vazada (1,9 gol sofrido quando visitante).
• O Botafogo está longe de ter um ataque eficiente, em casa faz um gol a cada 14,8 tentativas, terceira pior marca mandante, com média de 0,89 gol marcado por partida, terceira pior marca mandante, também. Embora finalize pouco, as chances que cria leva perigo aos adversários, segundo a estatística de xG (expectativa de gols). Falta a bola entrar.
• O Ceará faz um gol a cada 10,8 finalizações em média quando visitante, décima marca, e arrisca em média 12,1 conclusões fora de casa, oitava marca. Já o Botafogo leva um gol a cada 13 finalizações, sétima marca defensiva entre os mandantes, só que é o mandante que mais permite finalizações por partida: 14,4.

• Se consideradas todas as competições que disputam, nos últimos dez jogos em casa, o Corinthians só venceu dois, contra Bahia e Coritiba; empatou cinco e perdeu três, um aproveitamento de 37%. Já o Internacional mesmo atuando fora de casa, tem um aproveitamento de 57% em seus últimos dez jogos como visitante, com quatro vitórias, três empates e três derrotas.
• O técnico do Corinthians, Vagner Mancini, afirmou após a derrota na Copa do Brasil para o América-MG que a equipe precisa finalizar mais. O Corinthians é o sétimo mandante com maior média de conclusões (14,6 por jogo), mas precisa de 10,6 finalizações para conseguir um gol, 12ª marca na competição.
• Ao buscar mais o ataque, precisará ficar muito atento ao contra-ataque porque atualmente o Corinthians já é a terceira equipe do Brasileirão que mais sofre finalizações em contragolpes (33 e média 1,83 por jogo). O Internacional já fez dois gols assim e tem a sétima melhor média de gols nessas jogadas. Em 12 jogos pela Série A com este mando, o Internacional só venceu dois.

• O Coritiba vive o pior dos mundos no ataque: é o mandante que menos finaliza (média 9,9 por partida) e o que mais precisa de finalizações para conseguir um gol (19,8). Não fosse o suficiente, o Atlético-GO é o sétimo visitante que menos sofre finalizações (12,2 por jogo) e o oitavo que mais resiste a elas, levando um gol a cada 11 tentativas dos mandantes. O Coritiba teve semana livre, o Atlético-GO perdeu em casa para o Internacional no meio de semana.
• Por outro lado, o Atlético-GO é o visitante que precisa de mais finalizações para conseguir um gol, em média a cada 22,2 tentativas, sendo o sétimo que mais finaliza (12,3 por jogo). E vai enfrentar o terceiro mandante que mais exige finalizações (17,3) até sofrer um gol. Os visitantes conseguem em média 13,0 conclusões contra o Coritiba, 15ª marca defensiva.
• Para complicar ainda mais, sem contar pênaltis e faltas diretas, o Coritiba fez em jogadas aéreas seis dos últimos dez gols e 12 dos últimos 20, mas o Atlético-GO só levou dois dos últimos dez assim. Defensivamente, a bola aérea vem sendo problema para o Coritiba, levando assim seis dos últimos sete gols, mas o Atlético-GO só fez dois dos últimos dez pelo alto.

• As duas equipes vivem momentos positivos. Apesar da eliminação do Fortaleza na Copa do Brasil, nos pênaltis contra o São Paulo, a equipe cearense não perde há 12 partidas. O Fluminense não perde há sete. As duas equipes tiveram uma semana livre para se recuperar fisicamente.
• É provável que o Fluminense recorra ao jogo aéreo para buscar a vitória, já que marcou sete dos últimos dez gols dessa e 15 dos últimos 20 (75%). O Fortaleza levou cinco dos últimos dez dessa forma e 11 dos últimos 20 (55%). O Fluminense se defende bem do jogo aéreos (só três dos últimos dez saíram assim), mas o Fortaleza joga mais com a bola no chão (quatro dos últimos dez).
• O Fortaleza tem a melhor defesa mandante do Brasileirão, com três gols sofridos em oito jogos, e isso é muito significativo: em casa leva um gol a cada 26,3 finalizações que sofre, melhor marca mandante. O Fluminense é o 12º visitante em finalizações (10,5), mas o sexto que precisa de menos tentativas para marcar (9,33). Mas terá uma muralha pela frente desta vez. A conferir.

• Para o Flamengo, a vitória passa pelo jogo aérea, sua bola de segurança, principalmente nos cruzamentos. Pelo alto fez cinco dos últimos dez gols 13 dos últimos 20 (65%) sem contar pênaltis e faltas diretas. O São Paulo sofreu assim seis dos últimos dez, incluindo os últimos quatro.
• Do lado do São Paulo espera-se mais a bola rolando, já que a equipe só fez quatro dos últimos dez gols e oito dos últimos 20 (40%) pelo alto, praticamente o mesmo que o Flamengo sofreu. A equipe carioca defende bem seu espaço aéreo, mas o São Paulo não é dependente dele.
• O Flamengo é o segundo mandante que mais finaliza (17,3 por jogo), mas apenas o 11º em eficiência, precisando de 10,6 tentativas para fazer um gol. Tem apenas o sétimo aproveitamento mandante de pontos (63%). O São Paulo é visitante que menos sofre finalizações (8,6 por jogo), mas segundo que menos suporta pressão: leva um gol a cada 6,7 finalizações sofridas.

• O Sport precisa de 8,8 finalizações quando mandante para conseguir um gol, sétimo desempenho caseiro e vai receber o quarto visitante que menos resiste defensivamente, sofrendo um gol a cada 7,5 conclusões que sofre. O Sport teve semana livre, enquanto o Athletico-PR perdeu em casa para o Flamengo no meio de semana.
• O problema do Athletico-PR quando visitante está mais no ataque, o terceiro que precisa de mais finalizações (14,5) para conseguir um gol sendo o sexto que mais finaliza (12,4), mas vai enfrentar a quarta defesa mandante que menos resiste à pressão, levando um gol a cada 8,1 tentativas.
• É outro jogo em que a bola deve viajar muito pelo alto: o Sport fez oito dos últimos dez gols dessa forma, sem contar pênaltis e faltas diretas, e o Athletico-PR levou assim a mesma quantidade, inclusivo os últimos seis. A equipe paranaense fez sete dos últimos dez assim, mas o Sport levou cinco, neutralizando mais o jogo aéreo do que o adversário.

• O Bahia tem o quinto pior aproveitamento visitante do Brasileirão (25%), mas o Santos é apenas o 11º mandante (48%), mas o Santos leva vantagem no confronto quando mandante pela Série A do Brasileirão de 2006 para cá: o Bahia só venceu um de sete jogos, em 2012, o Santos, ganhou as últimas cinco.
• O Santos é o quinto mandante que precisa de menos finalizações para conseguir fazer um gol (8,2), mas apenas o 12º em média de finalizações (12,8) em casa. O Bahia sofre um gol a cada 8,3 finalizações que sofre, 14ª marca, e em média permite 12,5 finalizações aos mandantes. Santos usa muito a bola alta (oito dos últimos dez gols), mas o Bahia se defende bem (quatro de dez).
• O ataque do Bahia tem dificuldades: fora de casa faz um gol a cada 12,9 tentativas, quinta pior marca entre os visitantes, conseguindo o mesmo número de finalizações por jogo. O Santos em média permite 12,3 finalizações aos visitantes, mas só sofre um gol a cada 10,1 conclusões que sofre.

• O Goiás segue se escorando na eficácia de seu ataque, o terceiro mandante que menos finaliza (10,9 por jogo), porém o terceiro que precisa de menos finalizações (6,7) para fazer um gol em casa. A tendência é o Vasco sofrer porque é o terceiro visitante que menos resiste à pressão, sofrendo um gol a cada 7,5 finalizações que sofre fora de casa.
• Infelizmente para o Vasco, Germán Cano sentiu uma lesão e não vai atuar, uma baixa muito sensível. Fora de casa, o Vasco é o terceiro ataque que precisa de menos finalizações (7,6) para conseguir um gol, apesar de ser o quarto visitante que menos finaliza (9,5). Terá Tiago Reis e Talles Magno no ataque.

• Uma escolha difícil, mas baseada principalmente no fato de o Atlético-MG ter vantagem quando visitante pela Série A do Brasileirão contra o Palmeiras. De 2006 para cá houve quatro vitórias do Palmeiras e cinco do Atlético-MG em 12 jogos.
• Embora o Palmeiras seja o quarto mandante que mais finalizações (16,1) consegue por partida, a equipe faz um gol a cada 12,9 tentativas, quinta pior marca mandante. A esperança para os palmeirenses está no fato de o Atlético-MG ser o visitante que menos suporta pressão, com um gol sofrido a cada 6,5 finalizações que sofre.
• Fora de casa, a equipe mineira é esquizofrênica: tem o ataque com maior média de finalizações (16,9) por partida, mas só faz um gol a cada 13,5 conclusões, quarta pior marca entres os visitantes. Em casa só precisa de 8,5 para marcar… Porém, o Palmeiras é o segundo mandante que menos tem resistido às pressões, levando um gol a cada 6,7 finalizações que sofre.

• O Grêmio tem o terceiro ataque mandante que mais finalizações (16,3) consegue por partida, mas precisa de 13,0 tentativas para conseguir um gol, quarta pior marca mandante. O Bragantino leva um gol a cada 8,9 finalizações quando é visitante, 12ª colocação nesse ranking.
• Fora de casa, o Bragantino sofre do mesmo problema que o Grêmio em casa: a equipe paulista é a terceira visitante que mais finaliza (13,7), mas precisa de 15,4 tentativas para conseguir um gol (segunda pior marca), menos de um gol por partida. Terá ainda mais dificuldade porque o Grêmio tem a defesa mandante que menos finalizações (8,3) permite e leva um gol a cada 9,4 (14ª marca), mas média de menos de um gol por jogo.

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 68.907 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 2.831 jogos de Brasileirões. Para esta temporada, passamos a considerar os jogos realizados desde a edição de 2013. Além de a base de dados ter sido ampliada em uma temporada, também passamos a considerar a altura dos goleiros que sofreram cada uma dessas finalizações, a diferença de valor de mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização, além do ângulo e da distância entre a bola em cada conclusão e o gol em si.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo período de tempo (o jogo).

Favoritismos acertou 75 resultados em 165 partidas analisadas, aproveitamento de 45%.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Caio Carvalho, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Leandro Silva, Roberto Maleson e Valmir Storti  (Globo Esporte)